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Maxakalis celebram chegada das cisternas com rituais indígenas
Os Maxakali vivem em aldeias localizadas nas cidades de Santa Helena de Minas, Bertópolis, Ladainha e Teófilo Otoni, na região Nordeste de Minas Gerais. Imagem: Divulgação.
Com rituais tradicionais de dança e arte, cerca de dois mil indígenas Maxakali que vivem no interior de Minas Gerais comemoraram, no último mês de junho, a entrega de 11 cisternas escolares, com capacidade de 52 mil litros cada uma. Eles pintaram os reservatórios, construídos por meio do Programa Cisternas, com motivos de inspiração indígena.
Foi uma reação muito positiva à construção dos tanques, avalia Francisco Mello, diretor de Fomento à Produção e à Estruturação Produtiva, do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). “Isso mostra o empoderamento da comunidade, trazendo o reservatório como uma solução para a vida deles”, destacou.
As cisternas representam um alívio substancial à sede amargada pelos Maxakali há tempos. Suas terras estão localizadas nas cidades de Santa Helena de Minas, Bertópolis, Teófilo Otoni e Ladainha, na região nordeste do estado mineiro, onde não há rios ou cursos d’água e o clima seco castiga as comunidades.
As aldeias – embora possuam rica diversidade cultural, social e ambiental – compartilham de um problema comum a diversas áreas do Brasil: a falta de água. Agora, com as cisternas, estas comunidades têm garantido, pela primeira vez, um direito humano essencial: o acesso à água potável e ao saneamento básico.
Ações
Desde 2014 foram realizadas diversas ações por meio de parcerias institucionais e a comunidade, a fim de capacitar os indígenas da região nordeste de Minas Gerais a usufruirem da água de maneira positiva e sustentável, numa intensa troca de experiências e mobilização dos moradores da região. Os Maxakali também foram preparados para limpar e fazer eventuais reparos nos reservatórios, de forma autônoma e independente.
A instalação das 11 cisternas foi feita pelo MDS em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a comunidade escolar local, com o objetivo de garantir água de qualidade para as crianças e toda as aldeias. A tecnologia simples e de baixo custo permite o armazenamento, por até oito meses, de água da chuva e também daquela que é fornecida por carros-pipa.
Em todo o semiárido nacional, o Programa de Cisternas já construiu 877 mil reservatórios de água para consumo humano, 143 mil tecnologias sociais para produção de alimentos e 4 mil cisternas escolares. Segundo o MDS, só em 2017, R$ 755 milhões foram investidos na construção de 133 mil cisternas em todo o país.
Plenária do Consea
A próxima reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que será realizada em 16 de agosto, terá a água como tema central das análises, discussões e deliberações. A plenária vai reforçar o conceito de água como direito humano, e não mera mercadoria.
Em setembro de 2015, em etapa preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o Consea promoveu em São Paulo (SP) um encontro temático sobre a água. O encontro abordou a “relação entre o direito humano à água e o direito humano à alimentação adequada, considerando os avanços realizados na promoção do acesso à água, no contexto das políticas de promoção da segurança alimentar e nutricional”.
Estagiário Nathan Victor sob supervisão de Ivana Diniz
Fonte: Ascom/Consea, com informações do MDS