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Mapeamento dos desertos alimentares brasileiros é debatido em Brasília
Imagem: Francicarlos Diniz/Consea
“Nós temos de ter políticas claras e esforço concentrado nesta área de nutrição, daí a importância da questão dos desertos alimentares”, afirmou Caio Rocha, secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, na abertura da Oficina de Trabalho sobre Desertos Alimentares no Brasil. “Para cada dólar que os governos gastam para implementar a alimentação saudável, há um retorno de 17 dólares. Isso não é despesa pública, isso é um investimento que retorna em bem-estar, em saúde, no desenvolvimento social muito mais harmônico”, ressaltou ele, citando estudo realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
O encontro tem como objetivo a construção de uma metodologia que permita identificar os desertos alimentares existentes no Brasil e oferecer informações que subsidiem a adoção de políticas públicas de promoção do direito à alimentação adequada e saudável e de prevenção ao sobrepeso e à obesidade.
Desertos alimentares são lugares com difícil acesso a alimentos nutritivos ― seja por motivos de renda, falta de informação ou distância dos locais que ofereçam alimentos “in natura” ou minimamente processados.
A presidenta do Consea, Elisabetta Recine, também destacou a importância do mapeamento dos desertos alimentares no Brasil. “Quando nós temos informações claras de como o abastecimento e a disponibilidade de alimentos saudáveis está presente ou não nos diversos territórios, nas nossas cidades, nós podemos ter atitudes de planejamento estratégicas que possam contribuir para que a população tenha acesso ― do ponto de vista econômico e também físico ― a esses alimentos”, disse ela.
Para Ana Clara Duran, pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a criação da metodologia permitirá aos pesquisadores o acesso a uma base de dados consolidada do país.
“Quanto mais amplo for o repertório que tivermos, maior será a força que teremos para subsidiar as políticas públicas de segurança alimentar e nutricional”, disse a conselheira Inês Rugani na apresentação que fez sobre “Desertos Alimentares e Ambientes Alimentares”.
A Oficina de Trabalho sobre Desertos Alimentares está sendo realizada nesta quinta e sexta-feira (16 e 17), em Brasília.
Fonte: Ascom/Consea