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Mais frutas, menos refrigerantes: uma das "receitas" para frear a obesidade
Deter o crescimento da obesidade, reduzir o consumo de refrigerante e suco artificial e ampliar o consumo de frutas e hortaliças. Estas são três propostas assumidas como compromisso pelo governo brasileiro em relação às taxas de sobrepeso e obesidade no país. O anúncio foi feito no último dia 15 de março por representantes do governo brasileiro em evento internacional realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS), em Brasília.
Segundo matéria veiculada pela Agência Estado nesta terça-feira (28/03), o país enfrenta um aumento expressivo de sobrepeso e obesidade em todas as faixas etárias, e as doenças crônicas são as principais causas de morte entre adultos. Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) revela que mais da metade da população brasileira está com sobrepeso e a obesidade já atinge a 20% das pessoas adultas. O sobrepeso em adultos passou de 51,1% em 2010, para 54,1% em 2014.
Em 2010, 17,8% da população era obesa; em 2014, o índice aumentou para 20%, sendo a maior prevalência entre as mulheres - 22,7%. Estima-se que 7,3% das crianças menores de cinco anos estão acima do peso, sendo as meninas as mais afetadas, índice de 7,7%.
O crescimento econômico, a urbanização e a mudança nos padrões de consumo são alguns aspectos que explicam o crescente aumento do sobrepeso. Pesquisas revelam que muitas famílias têm deixado de consumir pratos tradicionais e aumentado a ingestão de alimentos ultraprocessados e de baixa qualidade nutricional.
Os três compromissos assumidos pelo governo brasileiro até 2019 foram: deter o crescimento da obesidade na população adulta por meio de políticas de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta; e ampliar em no mínimo 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente.
Prevenção e controle
Especialistas no assunto afirmam que o controle e a prevenção do sobrepeso e da obesidade passam necessariamente pela adoção de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde. É necessário fomentar a produção sustentável de alimentos frescos, seguros e nutritivos, além de garantir a oferta, a diversidade e o acesso a essa alimentação.
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), nos mais diferentes fóruns de discussão, tem defendido a implementação do Plano Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade, que foi elaborado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), com participação da sociedade, por meio de conferências nacionais.
O Consea também defende o conceito de “Comida de Verdade”, tema da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, bem como as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicação elaborada pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Ascom/Consea