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Indústria alimentícia viciou Brasil em comida não saudável, diz jornal
Uma reportagem produzida pelo jornal norte-americano americano The New York Times analisou a "invasão" nos países em desenvolvimento de comidas consideradas pouco saudáveis — industrializadas ou processadas —, também chamadas de "junk food".
A matéria aborda o caso do Brasil, mostrando como muitas das grandes empresas fabricantes deste tipo de produto estão expandindo seus negócios de forma agressiva, conseguindo ganhar mercado e vender mais, ao mesmo tempo em que perdem espaço nas nações ricas.
A reportagem mostra como a obesidade e doenças como diabetes vêm se espalhando no país, por causa do aumento do consumo dos alimentos processados. “É como se um novo tipo de desnutrição estivesse surgindo”, diz o jornal.
Antes de contar o caso especificamente brasileiro, o periódico destaca a "mudança radical" na forma como os alimentos são produzidos e consumidos em vários países do mundo. "A disponibilidade crescente de alimentos altamente calóricos e pobres em nutrientes está gerando um novo tipo de desnutrição, caracterizada por um número cada vez maior de pessoas com sobrepeso que, ao mesmo tempo, tem uma nutrição precária", destaca a reportagem.
Para completar o cenário, grandes empresas vêm promovendo uma ampla mudança de estratégia na indústria alimentícia, entregando “junk food” e bebidas com elevado nível de açúcar nos "rincões mais isolados da América Latina, África e Ásia", comercializando seus produtos de forma tão ostensiva que chegam a modificar os hábitos alimentares tradicionais do Brasil, Gana e Índia", diz a matéria.
Brasil
A reportagem alerta que muitas políticas de governo ajudaram a erradicar a fome no país. O desafio de nutrição, porém, parece ter se invertido: a taxa de obesidade do país quase dobrou e a cada ano 300 mil pessoas são diagnosticadas com diabetes tipo 2, uma doença relacionada à obesidade. Em entrevista ao jornal, Carlos Monteiro, professor de nutrição e saúde pública na Universidade de São Paulo, afirmou que o país vive uma guerra que separa de um lado os agricultores locais, com comidas naturais, e do outro, os produtores de alimentos ultraprocessados, feitos para serem consumidos em excesso, que são viciantes.
A questão é que esse modelo gera profundas mudanças nas economias locais, defende a reportagem. “À medida que as multinacionais avançam nos países em desenvolvimento, elas alteram a agricultura local, estimulando agricultores a trocar as culturas de subsistência por commodities mais rentáveis, como cana-de-açúcar, milho e soja, que são justamente a base de muitos produtos alimentícios industrializados”, conclui o jornal
Clique aqui para ler a íntegra da reportagem.
Fonte: Ascom/Consea