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Há 20 anos o Brasil e o mundo se despediam de Betinho
Mobilizações promovidas por Betinho envolveram centenas de instituições, milhares de pessoas em todo o país e ajudaram a criar, em 1993, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Imagem: Nélio Rodrigues/Memorial da Democracia
Nesta quarta-feira, 9 de agosto, completam-se 20 anos da morte do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que foi o criador, entre outros, do Movimento pela Ética na Política e da Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria e pela Vida.
Essas mobilizações, que envolveram centenas de instituições e milhares de pessoas em todo o país, também ajudaram a criar, em 1993, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
Palestra e lançamentos
Para celebrar a memória de Betinho, a Rede Mobilizadores (nome atual do Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida, o Coep) e o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) organizaram uma programação para esta quarta-feira.
A primeira atividade será uma palestra do filósofo, teólogo e professor emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Leonardo Boff, às 12 horas, no auditório da Coppe, Bloco G, sala 122, Centro de Tecnologia (CT), Cidade Universitária.
Outras atividades programadas são a inauguração do "Jardim da Cidadania" e os lançamentos de um site sobre a vida e a obra do sociólogo e do Prêmio Betinho Imagens da Cidadania, de vídeos de até 3 minutos que abordem igualdade, diversidade, participação, liberdade e solidariedade.
Na voz de Elis Regina
Betinho nasceu em Bocaiúva (MG) e iniciou sua militância pelos direitos humanos na adolescência, na Ação Católica, em Belo Horizonte. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi um dos fundadores da Ação Popular. Graduou-se em Sociologia e engajou-se na luta pelas reformas de base do governo João Goulart.
Em 1971 saiu do Brasil exilado, morando no Chile, Canadá e México. Voltou ao país em 1979, fato que, inclusive, foi imortalizado na letra de uma canção de João Bosco e Aldir Blanc, na voz de Elis Regina.
O irmão do Henfil
A letra, cujo título é "O bêbado e a equilibrista", rende homenagem a Charles Chaplin, o Carlitos, mas também faz fortes referências à ditadura militar e às torturas, mortes e exílios daquele período da história.
Apesar de não citar o nome de Betinho, a canção fala que "o Brasil sonha com a volta do irmão do Henfil", simbolizando o retorno "de tanta gente que partiu".
Reportagem: Marcelo Torres
Fonte: Ascom Consea