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Fome aumenta e atinge 815 milhões de pessoas, diz relatório das Nações Unidas
Após diminuir por mais de uma década, a fome no mundo está aumentando novamente e alcançou 815 milhões de pessoas em 2016, ou 11% da população global, de acordo com relatório anual das Nações Unidas sobre segurança alimentar e nutrição lançado neste domingo (17).
Ao mesmo tempo, múltiplas formas de desnutrição ameaçam a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo. O aumento da fome – 38 milhões de pessoas a mais do que no ano anterior – deve-se em grande medida à proliferação de conflitos violentos e choques relacionados ao clima, de acordo com a publicação, intitulada “O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo 2017”.
Segundo o relatório, entre os 815 milhões, 520 milhões estão na Ásia, 243 milhões na África e 42 milhões na América Latina e Caribe. Em números percentuais, são 11,7% na Ásia, 20% na África e 6,6% na América Latina e Caribe.
De acordo com o estudo, cerca de 155 milhões de crianças de até cinco anos de idade sofrem com atraso no crescimento (estatura baixa para a idade), enquanto 52 milhões estão com o peso abaixo do ideal para sua estatura. Estima-se, ainda, que 41 milhões de crianças estejam com sobrepeso.
É a primeira vez que a Organização das Nações Unidas (ONU) realiza uma avaliação global sobre segurança alimentar e nutricional após a adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, cujo objetivo é acabar com a fome e com todas as formas de má nutrição até 2030, sendo essa uma das principais prioridades das políticas internacionais.
“Na última década, o número de conflitos tem aumentado de forma dramática e se tornaram mais complexos e insolúveis pela natureza”, afirmaram os membros da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), em nota conjunta.
Os dirigentes da ONU dizem, ainda, que esse cenário não pode ser ignorado. “Não vamos acabar com a fome e com todas as formas de má nutrição até 2030, a menos que abordemos todos os fatores que prejudicam a segurança alimentar e a nutrição no mundo. Garantir sociedades pacíficas e inclusivas é uma condição necessária para atingirmos esse objetivo”, asseguram.
Fonte: Relatório conjunto PMA/FAO/Fida/Unicef/OMS