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FAO lança campanha pelos direitos das mulheres rurais no Brasil
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil deu início nesta semana à campanha 15 dias de ativismo pelo empoderamento das mulheres rurais. A iniciativa divulgará nas redes sociais histórias de agricultoras que superaram desafios associados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).
Para disseminar as principais conquistas das mulheres no campo, a ação abordará um ODS por dia. A campanha segue até 15 de outubro, data em que se celebra o Dia Internacional das Mulheres Rurais. A estratégia da FAO no Brasil faz parte da iniciativa global da agência da ONU, chamada Mujeres Rurales, Mujeres Con Derechos.
Saúde e educação
Entre as protagonistas da campanha da FAO no Brasil, está a agricultora familiar Armenzinda da Silva Firmino, moradora do assentamento Padre Jesus, em Espera Feliz, cidade de Minas Gerais. Vinda de uma família de 13 filhos, só conseguiu estudar depois dos 16 anos, pois ajudava os pais no campo e nos cuidados com os irmãos.
“Voltei para a quinta série junto com os adolescentes e, quando começou a Escola de Jovens e Adultos, terminei o segundo grau. Depois disso, consegui levar duas filhas que também não tinham estudado e hoje, uma vez por semana, ensino outras agricultoras a ler e a escrever”, conta.
Com o ensino, Armenzinda percebeu que o campo precisava de mais atenção das autoridades. Junto com outras 20 mulheres, formou o grupo “Raízes da Terra”. O grupo deu início a atividades de agroecologia na comunidade de Vargem Alegre.
“A gente tinha na cabeça que ser mulher era ser menos que os homens. Eu não valorizava o meu trabalho, não tinha um planejamento da terra, das frutas, plantas medicinais que tinha no terreno. Com o grupo, comecei a me envolver mais e tudo melhorou”, explica.
Desde então, as mulheres, que moram na conhecida Zona da Mata, tornaram-se “guardiãs das sementes”, como gostam de ser chamadas. “Em quase toda casa que você chegar, tem uma mulher secando e guardando semente para plantar e trocar. Hoje, eu pratico o que é para o bem-estar porque a vida não é para ser escravizada ou para ser engolida, é para ser vivida com dignidade”, defende, com orgulho.
Fonte: ONU Brasil