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Conselheira comenta prevenção e controle da obesidade no Brasil
“O lobby do setor privado comercial, a falta de habilidade e de vontade política dos governos para implementar políticas efetivas, a ausência de pressão da sociedade civil para a ação política e a escassa avaliação empírica de medidas implementadas são as principais barreiras para o controle da obesidade no Brasil”.
A afirmação é da nutricionista e conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Inês Rugani, em artigo publicado na edição de julho da revista Cadernos de Saúde Pública, editada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz.
Para Inês Rugani, integrante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e pesquisadora do Instituto de Nutrição, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), entre as ações intersetoriais para a prevenção da obesidade estão a regulação de publicidade dirigida às crianças, a melhoria da rotulagem de produtos e a implementação de medidas fiscais que desencorajem a aquisição de alimentos ultraprocessados.
“Nos últimos anos, o Brasil tem expressado formalmente sua vontade política de enfrentamento desse agravo, seja por meio da assinatura de acordos internacionais, seja por meio da definição de metas em planos nacionais, como aquelas estabelecidas no Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Plansan) 2016-2019”, diz a conselheira.
Contudo, segundo ela, “os compromissos assumidos internacionalmente, as estratégias delineadas em diferentes políticas e as metas estabelecidas em pactos intersetoriais pelo governo brasileiro não têm, em sua grande maioria, sido traduzidos em medidas concretas, estruturantes e de larga escala”.
Para a conselheira, pouco se avançará se não houver uma atuação mais incisiva e articulada da sociedade civil com o intuito de cobrar que os compromissos assumidos pelos governos e as metas estabelecidas nos últimos anos para o controle da obesidade em nosso país sejam traduzidos em ações estratégicas, de larga escala. “É necessário investir em experiências estaduais e municipais que possam servir de exemplo e inspiração para outras realidades”, enfatiza Inês Rugani.
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Fonte: Ascom/Consea