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Carne Fraca abre debate sobre segurança e qualidade no sistema alimentar, diz professora de nutrição
Suzi Cavalli: composição dos alimentos é uma “caixa preta" para população, por causa do desconhecimento sobre nomenclaturas específicas e função dos ingredientes. Imagem: Nuppre
"A insegurança alimentar e nutricional está cada mais incidente na alimentação. Precisamos romper com esse processo, responsabilizar todos os elos da cadeia. A produção, comercialização e industrialização requerem um novo modelo de orientação, fiscalização e penalização". A avaliação é da professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Suzi Barletto Cavalli, ao comentar os desdobramentos da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal.
Em matéria publicada no site Rede Brasil Atual, Suzi Cavalli afirma que, entre outras inúmeras irregularidades envolvendo alimentos que deveriam ser criminalizadas e não são, está a utilização em larga escala de agrotóxicos contra-indicados para determinadas lavouras, ou ainda o uso de venenos proibidos no Brasil. “Há ainda casos de alimentos produzidos com transgênicos que não trazem essa informação por meio do símbolo (o T dentro do triângulo amarelo) em seus rótulos", diz ela.
A professora da UFSC também destaca que “a composição dos alimentos e seus ingredientes muitas vezes é uma “caixa preta" para a população em geral”, por causa do desconhecimento da população em relação às nomenclaturas específicas e sua função. “Há inserção de ingredientes interessantes para a industrialização, como os aditivos alimentares, que são aprovados pela legislação mas não são saudáveis. Ou mesmo gorduras e açúcares, causadores de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares”.
Para Suzy Cavalli , é necessária uma discussão ampla do processo como um todo, em busca de alimentação segura, saudável e sustentável que venha a se tornar hegemônica, acessível para todas as famílias, inclusive de menor poder aquisitivo.
"É direito da população e dever do Estado a garantia de um sistema de produção alimentar que promova a saúde e que seja ambientalmente sustentável.", ressalta a professora, lembrando que segurança alimentar é um direito humano garantido pela Lei 11.346/2006, que determina que é dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover, informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano à alimentação adequada, com alimentos de qualidade, bem como garantir os mecanismos para sua exigibilidade.
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Fonte: Ascom/Consea, com informações do site Rede Brasil Atual.