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ASA recebe na China o chamado "Oscar das Políticas Públicas"
A semente desta política brasileira premiada nasceu no evento paralelo da COP 3, há 18 anos, no Recife (PE). Imagens: Fernanda Cruz/Asacom.
“Numa cerimônia bonita, rica, pomposa, com mais de 500 pessoas, a experiência da ASA acaba de ser premiada como política para o futuro e como experiência exitosa de combate à desertificação com o segundo lugar mundial”, anuncia Naidison Quintella, da coordenação nacional da ASA pelo estado da Bahia, após o recebimento do Prêmio Política para o Futuro (Future Policy Award, em nome original), em Ordos, na China, na manhã desta segunda-feira, pelo horário de Brasília.
A premiação reconheceu a política pública Programa Cisternas, construída entre a sociedade civil, representada pela ASA, e o governo brasileiro, nas gestões de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer, como uma das mais eficazes medidas mundiais para se combater a desertificação do solo e suas consequências sociais. O governo brasileiro foi representado na solenidade pelo chefe do Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, Marcelo Böhlke.
O prêmio, considerado o "Oscar internacional para as melhores políticas", homenageia leis e práticas que combatem com sucesso a desertificação e a degradação da terra e é concedido pelo World Future Council (WFC), em cooperação com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD). Além do Brasil, iniciativas da Etiópia e China também foram reconhecidas.
Para Naidison, que é também conselheiro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a premiação desta segunda-feira, concedida diante de representantes de 300 ministros e convidados de alto nível de nações em todo mundo, “significa um reconhecimento imenso, significa que a ASA não pode abrir mão de seu projeto de convivência com o semiárido, não pode abrir mão de trabalhar com os mais pobres, não pode abrir mão de construir com os agricultores e agricultoras, com os marginalizados, a convivência com o semiárido. É isso que trago hoje no meu coração. É isso que aquela multidão que nos aplaudiu nos diz que nossa ação é digna de nota, nos diz que nossa ação é bonita, nos diz que nossa ação é boa e que nós devemos continuar a luta”.
A cerimônia de premiação foi realizada durante um evento que o governo chinês fez para o alto comissionado da UNCCD. A China sedia a 13ª sessão da Conferência das Partes da UNCCD (COP 13) até o dia 16 deste mês.
Há 18 anos, no evento paralelo à terceira edição da COP, realizada no Recife, organizações que atuavam na região do semiárido lançaram a Declaração do Semiárido Brasileiro, considerada um marco para a fundação da ASA e para a ruptura com o paradigma do combate à seca.
“A declaração apontou medidas estruturantes para o desenvolvimento sustentável da região, pautou um conjunto de medidas políticas e práticas de convivência com o semiárido e, nesse contexto, propôs a formulação de um programa para construir um milhão de cisternas”, diz o site da ASA. É justamente o Programa Um Milhão de Cisternas, cuja construção foi iniciada há dez edições da COP, a semente que permitiu a conquista da política pública Programa Cisternas.
Sobre a premiação
A 10ª edição do Prêmio Política para o Futuro objetiva chamar mais a atenção para a desertificação e formas efetivas de combatê-la. Segundo o texto oficial de divulgação, “no século passado, as secas custaram mais vidas do que qualquer outra catástrofe relacionada com o clima. As mudanças climáticas intensificam o processo de desertificação. As ações para combater a desertificação, portanto, não só contribuem para proteger o meio ambiente, mas também podem proporcionar estabilidade social e política”.
Fonte: Ascom/ASA