Notícias
“Uma economia para os 99%”: relatório e campanha pedem fim das desigualdades
Oxfam atua em 94 países e lança campanha global para que sejam adotadas políticas voltadas aos 99% “não ricos” da população. ONG convida cidadãos de todo o mundo a assinarem petição eletrônica, endereçada aos governos nacionais. Imagem: Reprodução Oxfam
Hoje, oito homens detêm a mesma riqueza que a metade mais pobre do mundo. Nos próximos 20 anos, 500 pessoas passarão mais de US$ 2,1 trilhões para seus herdeiros – uma soma mais alta que o PIB da Índia, um país que tem 1,2 bilhão de habitantes.
Estes e outros dados estão no relatório “Uma economia para os 99%”, elaborado em âmbito mundial pela Oxfam, uma confederação de 20 organizações que atua em 94 países, inclusive no Brasil. O relatório analisa como grandes empresas e pessoas super-ricas estão acirrando a crise da desigualdade e o que pode ser feito para mudar essa situação.
O relatório aborda “as falsas premissas que têm nos levado por esse caminho” e mostra “como podemos criar um mundo mais justo, baseado em uma economia mais humana – uma economia na qual as pessoas, não os lucros, são mais importantes e que prioriza os mais vulneráveis”.
Para mudar essa realidade, a entidade lançou uma campanha mundial para que os países, inclusive o Brasil, adotem políticas voltadas para os 99% da população. A ONG está convidando cidadãos de todo o mundo a assinarem uma petição eletrônica, endereçada aos governos nacionais.
A situação no Brasil não é diferente: 6 pessoas bilionárias detêm a mesma riqueza que a metade mais pobre de nossa população, cerca de 100 milhões de pessoas. “O governo precisa atuar para garantir direitos e oferecer chances justas a todos”, diz o relatório.
“A saída para a crise deve começar pela diminuição dos privilégios dos super-ricos, e não com cortes no orçamento de serviços e políticas essenciais para a maior parte da população”, afirma o documento.
“Nós precisamos que o governo e a economia trabalhem para os 99%, e não apenas para o 1% do topo”. Pede-se ao governo que “intensifique a fiscalização contra a sonegação de impostos e contra o uso de paraísos fiscais; que promova uma reforma que torne o sistema fiscal mais justo, onde os super-ricos paguem mais impostos sobre sua riqueza e renda”.
A petição pede também que o governo “garanta orçamento necessário para saúde e educação públicas e de qualidade para toda a população e promova políticas para acabar com a diferença de salários entre homens e mulheres”.
Ainda segundo a petição, “governos responsáveis e visionários, empresas que trabalham no interesse de trabalhadores e produtores, valorizando o meio ambiente e os direitos das mulheres, e um sistema robusto de justiça fiscal são elementos fundamentais para essa economia mais humana”.
No relatório consta declaração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, feita no discurso de despedida na Assembleia Geral da ONU, em setembro. Disse ele: "Um mundo no qual 1% da humanidade controla uma riqueza equivalente à dos demais 99% nunca será estável".
Clique aqui para o resumo executivo do relatório.
Clique aqui para a íntegra do relatório.
Clique aqui para assinar a petição eletrônica.
Fonte: Ascom/Consea, com informações da Oxfam