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Horta comunitária do DF fornece alimento orgânico a famílias locais e ajuda a preservar nascentes
As hortas comunitárias são um valioso instrumento para prover alimentos para as famílias de comunidades e redondezas próximas a elas. As hortas também ajudas na preservação de nascentes próximas à plantação. Na Quadra 12 do Morro Azul, em São Sebastião (DF), por exemplo, as famílias conseguiram esse diferencial em relação a outras regiões da cidade. É lá que se localiza a Horta Comunitária Girassol.
Coordenada pela agricultora familiar Hosana Alves do Nascimento, de 44 anos, a horta comunitária começou modesta, com apenas dois canteiros. Hoje, são mais de cinco mil metros quadrados de hortaliças, frutas e frutos típicos do cerrado, como pequi e araticum. São quatro famílias fixas cuidando do local. “Temos vários voluntários que nos ajudam com os cuidados”, diz Hosana. “Trabalhamos muito com a questão da sustentabilidade, temos também projetos de reciclagem.”
Ater
O técnico de Assistência Técnica e Extensão (Ater) Rural Rogério Vianna conta que o projeto em São Sebastião foi fruto de um trabalho também realizado em escolas, centros de saúde e de internação de menores infratores. Rogério é coordenador do Programa de Agricultura Urbana, desenvolvido pela Empresa de Ater do Distrito Federal (Emater/DF).
O objetivo incentivar a segurança alimentar e a geração de renda pelo estímulo à produção de hortaliças orgânicas em hortas comunitárias e escolares no DF.
“Nós orientamos, damos os cursos. Focamos nos serviços de Ater e, quando há recurso, cedemos os insumos, adubos, sementes e ferramentas para que essas pessoas façam suas hortas”, explica.
O programa atende cerca de 100 escolas por ano e os sete centros de internação de menores infratores do DF. Todas as terças e quintas, Hosana ajuda os jovens infratores e revela a preferência deles. “Eles gostam muito de pimenta.” Eles têm aulas teóricas e práticas sobre horta comunitária. “Eu fico com a parte prática”, ressalta Hosana.
Mais saúde
Com as hortas comunitárias nas escolas, Rogério Vianna fala da importância de levar alimentos orgânicos para os estudantes. “Atendemos, em média, 500 alunos por escola. Agora imagine: são 500 famílias que vão entrar nessa discussão de alimentação saudável”, comemora o técnico.
Todos os alimentos cultivados nas hortas comunitárias do DF são orgânicos. “Focamos em uma produção mais sustentável, o acesso a um alimento mais seguro e orgânico. E esse é um mercado que vem crescendo 30% ao ano”, comenta Rogério.
Na Horta Comunitária Girassol também é tudo orgânico. “Ainda não temos certificação, mas todos os alimentos lá são saudáveis”, garante Hosana. Há dois anos, ela vive do projeto. Além do consumo interno, eles fazem cestas com os alimentos cultivados e vendem para as famílias que pagam uma cota. “Algumas dessas cestas também vão para uma creche que ajudamos”, salienta a agricultora familiar.
Depois de tanto tempo trabalhando com a horta, Hosana faz um balanço desses onze anos. “Nossa, mudou muita coisa aqui, foram muitas conquistas nesse tempo. Foi a horta que segurou a gente aqui, as nossas casas, as nossas famílias. Conseguimos transformar uma área que já foi lixão em um local que alimenta várias famílias”, emociona-se.
Fazendo em casa
Hosana ensina como ter sua própria horta, em casa mesmo. Até quem não tem muito espaço, no caso de quem mora em apartamentos, pode plantar seu próprio alimento e, de quebra, ter uma alimentação mais saudável. “Na verdade, qualquer um pode fazer isso, basta ter vontade.”
Na internet, é possível achar alguns tutoriais, mas a forma mais simples para minimizar os custos é plantar em pequenos vasos. Se toda a comunidade, como no caso de um edifício, tiver interesse, é necessário votar em assembleia, para que fiquem claros quais são os cuidados de todos com a horta.
Para o dia a dia, os cuidados são simples: regar, retirar as ervas daninhas e colher. É interessante que a horta esteja em um local arejado e que receba a luz do sol. As melhores plantas para a horta em casa são ervas, temperos e chás, mas as hortaliças estão liberadas – só precisam de mais atenção.
Fonte: Ascom/Consea com informações do MDA