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Festival Latinidades - Diáspora Negra defende espaço público midiático mais plural
Jornalista Luciana Barreto participa de debate sobre uma comunicação que promova justiça social, circulação de ideias, opiniões e perspectivas promotoras da igualdade gênero e raça. Imagem: Facebook.
A jornalista Luciana Barreto, âncora do Repórter Brasil Tarde, da TV Brasil, com passagem nos canais Futura, GNT, BandNews e TV Bandeirantes, participa nesta terça-feira (26) da mesa de abertura da 9ª edição do Festival Latinidades – Reflexão e Festa da Diáspora Negra, realizada no Museu Nacional de Brasília, para debater sobre a democratização no atual sistema de comunicação, avaliado como um modelo excludente e marcado pelo monopólio das empresas privadas. Em 2012, Luciana recebeu o Prêmio Nacional de Jornalismo Abdias Nascimento.
O encontro também conta com a presença da jornalista Juliana Cézar Nunes, especialista em saúde pública e mestre em Comunicação, e abordará a busca pela construção de um espaço público midiático plural e voltado à promoção da justiça social, no qual seja possível promover a circulação de ideias, opiniões e perspectivas promotoras da igualdade gênero e raça.
Shows, debates, mostras, publicações e espetáculos integram a 9ª edição do Festival Latinidades, considerado o maior festival de mulheres negras da América Latina. O evento começou no Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, em 25 de julho, e segue até o próximo dia 31 deste mês.
No sábado (30), às 19h, haverá o Show Latinidades, no Museu Nacional, com a presença do rapper Rico Dalasam (SP); MC Soffia (SP); Donas da Rima (DF); Hope Clayburn, (EUA); Okwei V Odili (Nigéria);Dream Team do Passinho (RJ); Beth D’Oxum e Coco de Umbigada – com homenagem a Beth de Oxum.
Comunicação em pauta
As formativas da nona edição estão sendo elaboradas a partir do tema Comunicação, pautando o enfrentamento ao racismo nos meios, sejam tradicionais, públicos alternativos ou independentes. Os participantes são convidados a lançar um olhar sobre o marketing, o jornalismo e as redes sociais. A importância e o fortalecimento das mídias negras, a produção intelectual de negras e negros em torno do tema comunicação e a produção de conteúdos também darão forma à programação formativa.
Em oito edições, o projeto Latinidades tem tido como objetivo máximo a visibilidade das mulheres negras e sua representação digna em todos os espaços. Para os organizadores, nos meios de comunicação esta representação tem se dado de forma predominantemente discriminatória. Por isso, ao eleger a comunicação como tema central da presente edição do Festival Latinidades, o objetivo é se apropriar de quantas ferramentas e espaços midiáticos sejam possíveis: dos grandes e tradicionais meios de comunicação aos independentes; da tradição oral; da TV e do rádio ao carro de som; das redes sociais atuais ao fanzine; sem desconsiderar o famoso correio-nagô, o boca-a-boca/buxixo.
Festival Latinidades
O diferencial do Latinidades é, além da quantidade de países e estados envolvidos, o caráter cultural e formativo das diversas ações que envolvem não apenas música, dança, teatro e literatura. Inclui também formação, capacitação, empreendedorismo, economia criativa e comunicação, por meio de diversas atividades espalhadas pelo Distrito Federal, estimulando o diálogo entre o poder público, organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos.
A abertura oficial do evento, na segunda-feira (25), contou com intervenções artísticas, performances e sonoridade em clima de festa pelos nove anos do festival, na Rodoviária do Plano Piloto em Brasília.
Atividades
Durante a semana, os interessados poderão visitar, no Museu Nacional de Brasília, a exposição fotográfica Mulheres Quilombolas em Marcha, de Ana Carolina Fernandes, em parceria com a Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (Conaq). Também no Museu Nacional será possível, durante toda a semana, conferir as ações de sustentabilidade da atividade Latinidade Sustentável, com a realização do Varal social, em que roupas usadas podem ser trocadas ou doadas; e contribuições para a Coleta Seletiva, entre outras. A lojinha Nóiz por Nóiz também funcionará durante todos os dias do festival no museu, onde será possível adquirir camisetas, moletons, e muitos outros artigos produzido pelo Latinidades.
Na quarta-feira (27), haverá o Cine Afrolatinas que apresenta, às 14h, o docu-seriado “Negros”, de Dash Harris, sobre a identidade dos latinos, com legendas em português. Será também exibido “O sal dos olhos”, de Letícia Bispo. Às 19h, ainda no Museu Nacional, haverá roda de capoeira do Grupo Nzinga de Angola, com mestra Janja e mestra Paulinha.
O festival tem apoio da ONU Brasil, do Governo de Brasília, da Fundação Palmares, do Sinpro, Coco de Umbigada, Rede Mocambo, Senado Inclusivo e Instituto Afrolatinas, entre outras organizações. A programação completa do Latinidades pode ser acessada aqui.
Fonte: Ascom/Consea