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Em plenária do Consea, ministro diz que é contra pulverização aérea
Osmar Terra afirmou ser pessoalmente contra pulverização para combater mosquitos da dengue chikungunya e zika e vai defender essa posição junto ao governo. Imagem: Consea
O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, disse nesta quarta-feira, ser pessoalmente contra a pulverização aérea para combate aos mosquitos transmissores dos vírus de dengue chikungunya e zika. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (6/7) durante a reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), do qual ele é secretário geral, além de presidente da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan).
O ministro declarou estar convencido de que tal prática cause mais danos que benefícios à população, mas ressalvou que esta é uma opinião pessoal. No entanto, disse que vai conversar com o ministro da Saúde e com o presidente interino, Michel Temer, para defender esta posição. “Vocês podem contar comigo como aliado nesta questão”, enfatizou.
A presidenta do Consea, Maria Emília Pacheco, lembrou que existem importantes pesquisas que mostram o perigo e ineficiência do uso deste tipo de procedimento. Dados mostram que além de pouco eficazes no controle dos focos de mosquitos vetores de doenças, os pesticidas são muito tóxicos e não afetam somente as espécies alvo. Pior ainda, essa prática funciona como uma seleção artificial dos insetos, em que os mais resistentes sobrevivem e se multiplicam, passando seus genes resistentes às gerações futuras. Com o tempo, os pesticidas se tornam menos eficazes, o que demanda o uso de doses cada vez mais potentes de veneno.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em pesquisas na área de saúde pública no Brasil, entre outras entidades, já manifestou-se contrária à liberação da pulverização aérea. No último dia 17 de junho, o Consea divulgou a Recomendação Nº 005/2016, na qual recomendou ao Ministro da Saúde “que utilize o mecanismo de consulta pública de forma a colher a opinião de setores especializados e da sociedade em geral sobre o uso da pulverização aérea de inseticidas para o combate aos vetores dos vírus da dengue, chinkungunya e zika, em razão do alto potencial para causar graves doenças na população, além da contaminação do solo, da água e da atmosfera do ecossistema”.
Fonte: Ascom/Consea