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Dia Mundial da Alimentação foi celebrado em Sergipe com ação integrada em praça pública
Para Gil Marcos (Consea/SE), tema da FAO para este ano foi muito oportuno, porque estão acontecendo mudanças climáticas em todo o planeta e em estações distintas, "o que não é comum": Imagem: Ivana Diniz/Consea
O Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) do estado de Sergipe abriu as atividades da semana em foi comemorado o Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro) com uma ação integrada pela conscientização alimentar, realizada no dia 14/10, na Praça General Valadão, no centro da capital, Aracaju. A ação foi destaque na imprensa local, como o mostra o vídeo a seguir: http://a8se.com/tv-atalaia/jornal-do-estado/video/2016/10/105845-exposicao-chama-atencao-para-habitos-alimentares-saudaveis.html
Neste ano, o tema do Dia Mundial da Alimentação escolhido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) foi “O clima está mudando. A alimentação e a agricultura também”.
Durante a Semana da Alimentação, o Consea/SE também promoveu diversas outras ações, como um seminário realizado na terça-feira (18), para enfatizar a importância nutricional dos alimentos para a população que, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), ainda possui hábitos inadequados, que interferem diretamente da saúde.
Um dia marcado pela conscientização alimentar
Buscando estimular hábitos saudáveis, transeuntes que passaram pela ação integrada na Praça General Valadão puderam adquirir alimentos livres de agrotóxicos, que estavam sendo vendidos pela equipe da Feira da Agricultura Familiar, ligada ao Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (DSAN/Seidh). Segundo Leda Daiana Cruz, que não tinha conhecimento da data, a ação lhe chamou a atenção.
“Estou acostumada a consumir produtos sem defensivos e isso é importantíssimo para o organismo. Aproveitei que essas barracas ofereceram esses alimentos e não hesitei em comprar. Gostei bastante da ação, principalmente por incentivar pessoas a adotarem esse costume. É uma mudança que só acrescenta”, ressaltou.
A agricultora familiar Aldina da Paixão vive há dez anos no Assentamento Nova Esperança, em Japaratuba, e destacou a importância da sua contribuição. “Já faz três anos que trabalho com agricultura familiar e cultivo inhame, abóbora, tamarindo, tomate-cereja, batata, milho e outros. Hoje podemos expor os nossos produtos e vender saúde, através da valorização desse ofício. Além de contribuir para uma vida mais saudável, esse trabalho acrescenta financeiramente”.
De acordo com a diretora de Segurança Alimentar e Nutricional da Seidh, Lucileide Rodrigues, as pessoas precisam se sensibilizar e aderir à prática. “Essas entidades estiveram nessa campanha conjunta para mostrar à população que é possível enfrentar a subnutrição e a obesidade, já que Sergipe, assim como o Brasil, saiu do mapa da fome e entrou no mapa do sobrepeso. Também conscientizamos a população sobre o consumo de frutas, hortaliças, tubérculos e raízes, ricos em nutrientes. Parte da população ainda necessita de orientação - não porque come muito, mas por se alimentar de maneira incorreta”, disse.
A mobilização na praça pública também contou com a participação da Embrapa; da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Sergipe (UFS/SE); e da Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan).
Feijão
Os parceiros da ação abordaram o subtema o “Ano Internacional dos Feijões – 2016” – declarado pela FAO, ressaltando o papel de destaque que estes alimentos têm na segurança alimentar global, bem como a sua contribuição para a nutrição da população, já que mais de 800 milhões de pessoas no mundo vêm sofrendo de subnutrição crônica e aguda. A celebração cria uma oportunidade para reforçar a importância do consumo das leguminosas.
O presidente do Consea/SE, Gil Marcos Carvalho, afirma que o tema que a FAO escolheu para este ano foi muito oportuno, porque estão acontecendo mudanças climáticas em todo o planeta e em estações distintas, o que não é comum. “Isso afeta as produções, o que consequentemente gera fome e alta dos preços. Para nós brasileiros, o feijão sempre fará parte das refeições e, devido ao aumento no valor do grão e à diminuição da produção por causa da escassez de água não meio rural, a FAO alerta a população quanto ao consumo de alimentos e da origem dos alimentos ingeridos”.
Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador na área de Melhoramento Genético do Feijão Comum da Embrapa, Luís Cláudio de Faria, é essencial informar sobre o feijão - cultura que faz parte da alimentação básica dos nordestinos - e mostrar os variados tipos comerciais desse grão, inclusive os cultivados nas diversas regiões do país. “O feijão mais cultivado é o carioca, plantado em todo o país. Já o segundo é o preto, plantado nos estados do Sul e no Rio de Janeiro, que consome apenas esse tipo. Há outros tipos mais regionalizados – ou seja, tem nichos de mercado para cada tipo comercial. Há, ainda, grãos especiais, que são mais graúdos, destinados à exportação”, explicou.
Seminário
Na manhã de terça-feira, 18 de outubro, a partir das 8h, no auditório da Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh) foi realizado o seminário, com os temas “Mudanças climáticas: uma ameaça à agricultura e à Segurança Alimentar”; “Saúde e Segurança Alimentar: a questão dos à questão dos Agrotóxicos”; “Fome: Flagelo da humanidade”.
A ideia foi proporcionar um debate sobre mudanças climáticas, os alimentos que comemos e as causas da fome entre os palestrantes convidados, agricultores, graduandos de agronomia, nutrição e a sociedade civil.
Fonte: Ascom/Consea com informações do governo de Sergipe