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Revista aborda alimentação adequada e saudável
A nova Revista Agriculturas, publicada pela Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), aborda em diferentes perspectivas o tema da alimentação adequada e saudável. Vanessa Schottz, do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), do qual a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) faz parte, foi a editora convidada nessa edição. Em seu artigo de apresentação, ela menciona as conquistas do Brasil na área, o que possibilitou uma maior distribuição de renda entre a população mais pobre. Porém, ressalta que há muito a percorrer, defendendo que é preciso tomar providências que atinjam a estrutura do sistema alimentar no país, e isso significa abandonar o modelo do agronegócio.
Vanessa ressalta que “ainda há segmentos da população que convivem com situações graves de insegurança alimentar e nutricional, especialmente os povos e comunidades tradicionais e as populações negras, do campo e das florestas”. No texto, destaca também problemas como “o vertiginoso aumento da obesidade e de outras doenças crônicas vinculadas a práticas alimentares inadequadas”. E reitera: “a agroecologia é o caminho”, uma vez que ela “é capaz de reconectar a agricultura à nutrição, atribuindo significado a alimentação e aos alimentos”.
A publicação da AS-PTA também contou com o artigo “Cultura Alimentar e Agroextravismo: saúde na mesa e renda no campo”, de Fran Paula, educadora da Fase no Mato Grosso. O texto narra a bem sucedida experiência da Associação Regional das Produtoras Extrativistas do Pantanal (Arpep). Mulheres, com apoio e assessoria da Fase, viram na produção rural agroecológica uma forma de combater o machismo e gerar renda. Elas fazem o aproveitamento e o beneficiamento de frutos regionais como o pequi e o babaçu, promovendo, assim, o resgate dos hábitos alimentares.
O texto de Fran Paula informa que “a experiência desenvolvida pela associação tem gerado um processo bastante virtuoso, na medida em que está possibilitando o aumento da renda monetária e não monetária, bem como o reconhecimento da importância do trabalho das mulheres e o fortalecimento das suas dinâmicas organizativas”. Ao mesmo tempo, “tem contribuído com a ampliação da oferta de alimentos diversificados e saudáveis para os (as) consumidores (as), especialmente os (as) estudantes da rede pública de ensino, e com o resgate da cultura alimentar dos povos do cerrado”.
Fran Paula também assina um texto sobre a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida, ao lado Alan Tygel, Cleber Folgado, Ivi Tavares, Leonardo Melgarejo, Lo Wia Yee Wimil, Marciano Toledo, Natália Souza, Nívia Regina da Silva, Paulo Cesar Aguiar e Rafael Dorneles. O artigo ”Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida: construção da resistência brasileira ao avanço do capital no campo” apresenta a iniciativa, que completa quatro anos em abril.
“Em um período marcado pelo avanço do capital, pela opressão sobre a agricultura camponesa e por severas derrotas no campo legislativo, as linhas de atuação da Campanha se tornam ainda mais ambiciosas. O profundo comprometimento de entidades e comitês é crucial nesse momento, sob o risco de mais retrocessos na atual conjuntura”, frisa o texto, concluindo que “os desafios a enfrentar extrapolam o entendimento mais restrito do que representa a Campanha. No entanto, os resultados construídos até aqui garantem musculatura para que novos horizontes de atuação possam ser galgados, articulando crescentes setores da sociedade em defesa da agroecologia”.
A revista da AS-PTA traz ainda reflexões sobre: compras coletivas de alimentos ecológicos ; agroflorestas ; alimentação ecológica; fome e má nutrição ; e agricultura familiar, camponesa e indígena.
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Fonte: Ascom/Fase