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Presidenta do Consea defende políticas diferenciadas para a Amazônia
“Estamos falando de um direito humano, não é um favor”, assim que a presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco, definiu o direito à alimentação adequada e saudável durante o segundo dia da 4a Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Amapá, em Macapá. Maria Emília destacou que a alimentação foi esquecido na Constituição de 88 e, graças aos esforços realizados pela sociedade civil, foi incluído como direito fundamental após o projeto de emenda constitucional ser aprovado em 2003.
A presidenta do Consea ressaltou a importância de resistir à padronização da alimentação imposta pelas grandes redes de alimentos e defendeu os hábitos alimentares tradicionais, principalmente na região da Amazônia. “Não podemos perder essa cultura e abrir mão dos nossos hábitos alimentares. Por isso, alimentação tem que ser considerada cultura”, explicou ela.
Dentro da região amazônica, o Amapá é o estado em melhores condições sociais. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o número de famílias atendidas pelo bolsa-família chega a quase 56 mil. Para que a região continue avançando nas estatísticas de desenvolvimento, Maria Emília também defendeu o fortalecimento das políticas de criação dos assentamentos extrativistas, de agroecologia e de ampliação do sistema de abastecimento a partir da agricultura familiar.
Participantes da conferência disseram que a Amazônia precisa de mais atenção às questões ambientais, programas de geração de renda e incentivo à agricultura familiar diante do avanço do agronegócio na região. Em resposta a colocação dos agricultores, a presidenta do Consea reafirmou a posição do conselho na defesa de propostas diferenciadas para os povos amazônicos. “Não tem saída para a Amazônia se não tiver políticas que valorizem a economia da floresta. Precisamos de inciativas que mantenham a floresta de pé”, disse Maria Emília ao defender também a valorização do conhecimento tradicional, da sustentabilidade e da agroeocolgia.
A Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Amapá foi realizada na capital, Macapá, nos dias 5 e 6 de agosto, e reuniu cerca de 400 pessoas para debater as ações para a garantia do direito à alimentação adequada e saudável.
Fonte: Ascom/Consea