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Pesquisadores da USP questionam SBPC sobre transgênicos
Pesquisadores da Universidade de São Paulo ligados à Associação Filosófica Scientiae Studia e ao Grupo de Filosofia, História e Sociologia da Ciência e Tecnologia, do IEA/USP, se manifestam publicamente, por meio de uma carta aberta, em relação à "falta de diálogo por parte da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciência (ABC) sobre as abordagens científicas que legitimam os transgênicos com tanta força em nosso país".
Qual o papel que devem desempenhar as contribuições científicas nas deliberações dos organismos geneticamente modificados? E em que medida os resultados de pesquisas científicas que se referem a danos e riscos do uso de transgênicos, e às formas de agricultura viáveis e necessárias, são consideradas? Quais os tipos de metodologia usados pelos órgãos reguladores das práticas agrícolas para fundamentar com tanta certeza os benefícios dos transgênicos para o Brasil? Por que as pesquisas científicas que discorrem sobre os malefícios da prática transgênica são ignoradas veementemente pela SBPC, ABC e CTNBio? A quem interessa essa posição?
Essas questões se desdobram em várias outras, sendo uma das mais importantes aquela relativa ao glifosato, e às variedades transgênicas, cujo cultivo exige a aplicação indiscriminada desse agrotóxico. Segundo os pesquisadores que endossam a carta, no centro das controvérsias sobre transgênicos existem questões científicas em disputa. Os questionamentos levantados pelos pesquisadores referem-se, assim, à adequação científica dos procedimentos e métodos utilizados quando se extraem conclusões sobre a segurança do uso de transgênicos, não às motivações e intenções pessoais que atendem aos interesses do agronegócio e das políticas governamentais voltadas para a exportação.
"Buscando superar o lamentável silêncio dos representantes da CTNBio, da SBPC e da ABC em relação aos constantes questionamentos de uma minoria considerável de membros da CTNBio, numerosos agrônomos, agricultores e trabalhadores rurais, além de filósofos e sociólogos da ciência em relação aos transgênicos e da agroecologia como alternativa, os pesquisadores evocam o espírito de diálogo, sugerindo à SBPC e à ABC que organizem um debate à altura das complexidades e importância das questões em jogo", diz o documento.
Leia a carta na íntegra AQUI
Fonte: IEA/USP