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Escassez de água ameaça a segurança alimentar, diz relatório da FAO
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgou um relatório nesta terça-feira (14) sobre a segurança hídrica e alimentar no mundo. De acordo com o documento, a degradação e o impacto das alterações climáticas irá reduzir a disponibilidade de água em várias regiões, especialmente em países em desenvolvimento.
O relatório “Rumo a um futuro de segurança hídrica e alimentar”, aponta a necessidade de políticas governamentais e investimentos dos setores público e privado para garantir que a produção agrícola, animal e de pesca seja sustentável e contemple também a salvaguarda dos recursos hídricos.
“A segurança alimentar e hídrica estão estreitamente ligadas. Acreditamos que desenvolvendo abordagens locais e fazendo os investimentos certos, os líderes mundiais podem assegurar que haverá um volume suficiente, qualidade e acesso à água para garantir a segurança alimentar em 2050 e na posteridade,” disse Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água (CMA), ao apresentar o relatório no 7º Fórum Mundial da Água em Daegu e Gyeongbuk, na Coreia do Sul.
De acordo com o relatório, a escassez de água afetará 2/3 da população mundial em 2050. Esta situação deve-se em grande parte a um consumo excessivo de água para a produção alimentar e agrícola.
Mesmo com o crescimento da urbanização, em 2050, grande parte da população mundial e a maioria dos mais pobres continuarão a obter sustento através da agricultura. Ainda assim, este setor verá o volume de água disponível reduzir-se devido a uma maior competição por parte das cidades e indústria, indica o relatório conjunto da FAO e do CMA.
Para a FAO, são necessárias melhorias destinadas a ajudar os agricultores a aumentarem a produção de alimentos utilizando recursos hídricos cada vez mais limitados, incluindo no campo da fitogenética e da zoogenética. Será também fundamental capacitar os agricultores para que façam uma melhor gestão dos riscos associados à escassez de água. Isso requer uma combinação de investimentos públicos e privados, assim como programas de fomento e de apoio.
Para fazer frente à degradação e ao desperdício, as instituições gestoras da água devem ser mais transparentes nos seus mecanismos de atribuição e fixação de preços, argumentam as duas organizações. Essencialmente, os direitos à água devem ser atribuídos de forma justa e inclusiva.
Em particular, o relatório salienta a necessidade de garantir a segurança da posse da terra e da água e o acesso ao crédito para potenciar o papel das mulheres, que na África e na Ásia são responsáveis por grande parte da atividade agrícola.
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Fonte: FAO