Notícias
Conferência na PB: "Comida é patrimônio, não é mercadoria"
"Comida é patrimônio, comida não é mercadoria", disse a presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco, na tarde desta quinta-feira (20/08), em palestra no Espaço Cultural João Pessoa, na Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba.
Segundo a presidenta do Consea, a comida possui valor e simbologia que vão além do seu aspecto físico e material. "Falar de comida", disse ela, "é falar de afeto, é falar de memória, é falar de partilha".
Ela se refere ao tema da Conferência deste ano na Paraíba, que é também o tema de todo o processo nacional de conferências de segurança alimentar e nutricional - "Comida de verdade no campo e na cidade, por direitos e soberania alimentar".
A presidenta do Consea chamou a atenção para o contexto atual, que, segundo ela, apresenta riscos e ameaças de retrocesso. "Nós precisamos ficar em alerta, precisamos ficar atentos para o contexto, que é de muitos riscos e ameaças de retrocessos".
Maria Emília citou como exemplo de retrocesso uma proposta em tramitação no Congresso Nacional que pretende retirar a rotulação nas embalagens de alimentos transgênicos. "Aquele T, que avisa que o produto contém transgênico, é um alerta, em respeito ao direito que as pessoas têm à informação", afirmou ela.
A presidenta do Consea em sua fala citou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre a segurança alimentar no estado e na capital. "A Paraíba vem apresentando bons avanços na segurança alimentar e nutricional, que hoje está em 63% - em 2009 era 59%".
Ela também informou que os três tipos de insegurança alimentar - leve, moderada e grave - apresentam queda. "Por exemplo, a insegurança alimentar
era de 15 em 2004, caiu para 7% em 2009 e hoje é de 3,3%, o que significa uma considerável redução", avaliou ela.
Maria Emília também usou dados e estatísticas da Pesquisa de Vigilância e Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), promovida pelo Ministério da Saúde nas 27 capitais brasileiras. "Em João Pessoa, 51% da população adulta está com excesso de peso e 16,6% com obesidade", revelou.
Segundo ela, a pesquisa Vigitel perguntou aos entrevistados se eles substituem comida por lanches durante a semana. "Neste item, João Pessoa é a melhor capital, pois possui o menor índice – 7,1% da população".
A Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba foi aberta na manhã desta quinta-feira no Espaço Cultural João Pessoa, capital.
Fonte: Ascom/Consea