Notícias
Bahia discute avanços e desafios para a segurança alimentar e nutricional
Coletiva de imprensa.
A 5ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia foi aberta na manhã desta quarta-feira, no Hotel Fiesta, em Salvador, contando com a participação, na abertura, da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello.
O presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia (Consea-BA), Naidison Batista, falou da importância de reconhecer os avanços e aprofundar essas conquistas. "Construímos essa perspectiva, e essa perspectiva nunca houve no Brasil. Nos alegramos com essa construço, mas temos que olhar pra frente", disse ele.
Cerca de 800 delegados, representando governos e sociedade civil, iniciaram a discussão sobre os rumos da segurança alimentar na Bahia e no Brasil. Com o tema Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar, os palestrantes da mesa de abertura abordaram a agricultura familiar, orgânica e saudável, a relevância dos povos tradicionais, do cuidado com a terra e de ampliar mercados.
Nesta sexta-feira, no encerramento, o governador Rui Costa lançará o I Plano de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia. As contribuições da Bahia serão levadas à conferência nacional, a ser realizada em novembro deste ano.
A ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, na mesa de abertura, lembrou a história do Consea, criado em 1993, tendo sido extinto em 1995, com a realização de apenas uma conferência. A entidade voltou a existir somente em 2003, no Governo Lula, com papel fundamental para os avanços na questão alimentar, sendo um marco a saída do Brasil do “mapa da fome” das Nações Unidas, em 2014.
“Hoje somos referência no mundo todo. Representantes de 18 países da África estão no Brasil nesse momento, conversando com o MDA, com a Embrapa, tentando entender como o Brasil tão rapidamente saiu de uma realidade onde 10% da população estava em situação de fome, e hoje temos 1,7% que está em situação de insegurança alimentar grave. Nós não estamos satisfeitos. Queremos que cada brasileiro que saiu do mapa da fome entre no mapa da segurança alimentar”, disse a ministra.
A ministra lembrou ainda a importância do debate sobre a questão da qualidade da alimentação, tendo em vista a última pesquisa do IBGE que revela o sobrepeso da população, principalmente entre as crianças.
Representando o governador Rui Costa, o secretário Geraldo Reis (SJDHDS) frisou a importância do processo democrático das conferências, que estão acontecendo em todo o país em diversas áreas. “Estes que estão aqui, os quilombolas, pescadores, agricultores familiares, povos tradicionais, são o resultado de séculos de exclusão, de séculos de exploração, desde o colonialismo, desde o escravagismo. Então, temos que aproveitar esse momento histórico pelo qual passa o país para fazermos um acerto de contas de maior alcance e aprofundar os avanços sociais. É bom lembrar quantos mecanismos já foram criados para restringir a ampliação da cidadania. Esse encontro representa o fortalecimento da democracia”, disse.
Na mesma linha, o secretário Jerônimo Rodrigues, de Desenvolvimento Rural (SDR), disse que “estamos aqui hoje, delegados de 27 territórios de identidade, num espaço que não é somente um espaço de construção de políticas públicas, mas de construção da democracia”.
Também participaram da abertura os secretários estaduais de Educação, Oswaldo Barreto, e de Políticas para as Mulheres, Olivia Santana, os deputados José Raimundo, Fátima Nunes e Marcelino Galo, Valderez Aragão, representante do Unicef na Bahia, Maria Lúcia Góes, da entidade Povos de Terreiro, representando a sociedade civil, Irio Conti, do Consea nacional, e Marcelo Piccin, diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar do MDA.
O presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia (CONSEA-BA), Naidison Baptista lembrou que “não saímos do mapa da fome gratuitamente. Isso se deve às políticas públicas que, juntos, governo e sociedade construímos e soubemos implementar. Alguns exemplos são Bolsa Família, Bolsa Estiagem, assistência técnica e cisternas. Foram um milhão e 200 mil cisternas construídas. Digo que um milhão e 200 mil mulheres deixaram de carregar água na cabeça”.
Fonte: Ascom-Consea e Ascom-SJDHDS