Notícias
Primeira-dama dos EUA lidera ações contra obesidade infantil
Deu no New York Times: a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, se reuniu nesta sexta-feira com especialistas em nutrição escolar, na Casa Branca, em Washington. Ela criticou um projeto a ser votado no Congresso norte-americano que deixaria as escolas fora de um programa federal - proposto por ela - que estabelece limites de sódio, gordura e calorias na alimentação escolar.
"Quando começamos nossa iniciativa Let's Move! há quatro anos, nós estabelecemos uma meta simples, mas ambiciosa: acabar com a epidemia de obesidade infantil em uma geração, para que as crianças nascidas hoje cresçam com saúde", disse ela ao The New York Times. "Estudos sobre a formação de hábito nas crianças guiaram nossos esforços para colocar mais alimentos saudáveis e mais atividade física nas creches", afirmou ela.
"Infelizmente, estamos começando a ver tentativas no Congresso de desfazer grande parte do que conseguimos em prol de nossas crianças. Veja, por exemplo, o que está acontecendo no momento no programa Mulheres, Bebês e Crianças, conhecido como WIC (na sigla em inglês). Trata-se de um programa federal voltado a fornecer nutrição complementar para mulheres de baixa renda e seus bebês e filhos pequenos. A ideia é preencher as lacunas em suas dietas –ajudá-las a comprar itens como alimentos frescos que elas não dispõem de recursos para comprar por conta própria– e lhes dar a nutrição que carecem", declarou a primeira-dama ao jornal.
"No momento, a Câmara dos Deputados está considerando um projeto de lei que dá as costas à ciência, ordenando que batatas sejam incluídas na lista de alimentos que as mulheres podem comprar usando dólares do WIC. O problema é que muitas mulheres e crianças já consomem bastante batata e não os hortifrútis ricos em nutrientes que precisam. É por isso que o Instituto de Medicina –o corpo científico que orienta os padrões para o WIC– disse que batatas não devem fazer parte do programa WIC."
Michelle Obama revelou que, hoje, "90% das escolas americanas estão cumprindo os novos padrões [de alimentação mais saudável]. As crianças estão recebendo mais frutas, legumes, verduras, grãos integrais e outros alimentos que precisam para serem saudáveis".
Ainda segundo ela, "alguns membros da Câmara dos Deputados ameaçam reverter esses novos padrões e reduzir a qualidade do alimento que nossos filhos recebem na escola. Eles querem que seja opcional, e não obrigatório, às escolas servir hortifrútis para nossos filhos. Eles também querem permitir mais sódio e menos grãos integrais do que o recomendado nos almoços escolares".
"Lembra de quando, há poucos anos, o Congresso declarou que o molho na fatia de pizza deveria ser considerado um hortifrúti no almoço escolar? Não é preciso ser um nutricionista para saber que isso não faz sentido. Mas estamos vendo a mesma coisa acontecendo de novo, nesses novos esforços para reduzir os padrões de nutrição em nossas escolas", disse ela.
"Nossos filhos merecem algo melhor que isso. Mesmo com o progresso que obtivemos, uma entre três crianças neste país ainda está acima do peso ou obesa. Uma entre três deverá desenvolver diabete durante a vida. E não se trata apenas da saúde de nossos filhos: trata-se também da saúde de nossa economia. Nós já gastamos cerca de US$ 190 bilhões por ano tratando de condições ligadas à obesidade. Pense em como serão esses números em uma década ou duas se não começarmos a resolver esse problema agora", informou ao jornal.
A conclusão, segundo ela, é muito simples: "como pais e mães, nós sempre devemos colocar o interesse de nossos filhos em primeiro lugar. Nós acordamos toda manhã e nos deitamos toda noite nos preocupando com o bem-estar deles e seu futuro. E quando tomamos decisões sobre a saúde de nossos filhos, nós contamos com médicos e especialistas que podem nos dar informações precisas com base em ciência sólida. Nossos líderes em Washington deveriam fazer o mesmo", concluiu.
Fonte: The New York Times