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"Precisamos de um novo paradigma", diz presidenta do Consea
“A questão da ética é importante em relação aos alimentos. Ao invés de vivermos a era da ética, vivemos no século da biotecnologia”, disse Maria Emília Pacheco, presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em conferência no XV Simpósio Internacional “Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, na última quarta-feira, em São Leopoldo (RS).
“Nós devemos falar de ética, pois estamos em um momento em que 'optamos' pela biotecnologia. Há que se repetir uma pergunta importante: o que nós estamos ou não estamos comendo?”, provocou Maria Emília.
Maria Emília dividiu a mesa com Nilton José dos Reis Rocha, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG). O eixo de debate da conferência foi a problemática da “Nutrição no contexto dos Objetivos do Milênio”. A mediação foi feita por Henrique Schuster, do Consea do Rio Grande do Sul.
Firme nos questionamentos, Maria Emília fez suas considerações sobre os Objetivos do Milênio. “Esses objetivos foram identificados desde uma perspectiva sem história, pois são formulados esquecendo a lógica do sistema político-econômico-social que são os geradores das situações que os próprios objetivos pretendem corrigir”, avaliou.
“A fome é consequência de um modo de desenvolvimento”, considerou. Em sua opinião, os Objetivos do Milênio não levam em conta as diferenças dos países. “Precisamos de um novo paradigma. Um paradigma que signifique novas formas de produzir e consumir e nos orientar na defesa dessa causa que nos coloca diante de obstáculos cada vez maiores. Trata-se de uma reconstrução do sistema alimentar que é possível por meio de iniciativas cientificamente testadas. Precisamos pensar em como conseguir uma reconexão com quem produz e com quem consome”.
O simpósio foi promovido pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Instituto Humanitas Unisinos e Instituto Harpia Harpyia. O objetivo principal era debater as perspectivas para o direito à alimentação nas dimensões sociais, econômicas, ambientais, culturais e políticas no contexto dos ODMs. O encontro terminou na última quinta-feira (08/05).
Fonte: informações do Instituto Humanitas Unisinos