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Horta Orgânica garante segurança alimentar de família no Alto Sertão paraibano
Em meio à vegetação típica da Caatinga, Marlene Lopes dos Santos, 43 anos, e Genival Lopes dos Santos, 44, cultivam alface, cebolinha, coentro e pimenta de cheiro no quintal da casa, no assentamento Floresta, no município paraibano de Sousa. A família iniciou há pouco mais de dois meses uma horta orgânica e já planeja ampliar as variedades produzidas. Localizado no Alto Sertão paraibano, a cerca de 430 quilômetros de João Pessoa, o assentamento foi criado em 2013 a partir da desapropriação do imóvel de mesmo nome, com área aproximada de 593 hectares, onde foram assentadas 13 famílias de trabalhadores rurais.
Genival conta que aproveitou a experiência adquirida quando trabalhava em uma horta comercial de grande escala e usou equipamentos para irrigação que foram dispensados pelo seu antigo patrão para iniciar a horta familiar.
Atualmente, a produção de hortaliças, além de garantir a segurança alimentar da família de Genival e Marlene, contribui com o orçamento familiar. Marlene conta que viveu 23 anos na mesma localidade, mas era obrigada a repassar metade do que produzia para o dono da terra. Agora, se sente motivada, pois tudo que produz é para a família. O casal tem duas filhas, que também ajudam no cuidado com a horta.
Genival explica que boa parte da produção é vendida em um supermercado do vizinho município de Aparecida; outra parte é vendida de porta em porta nas comunidades da vizinhança. “Com essa renda extra, estamos melhorando a nossa qualidade de vida”, afirma o agricultor.
O engenheiro agrônomo Anderson Barbosa, o técnico agrícola Romério Cartaxo e o engenheiro florestal Hidelgardo Alecrim, da Central das Associações dos Assentamentos do Alto Sertão Paraibano (Caaasp) – entidade contratada pelo Incra/PB para prestar Assessoria Técnica, Social e Ambiental (Ates) a 31 assentamentos do Alto Sertão do estado –, acompanham a horta de Genival e Marlene.
Para a equipe, os benefícios socioambientais da agricultura orgânica são grandes tanto para o agricultor quanto para os consumidores finais. Os profissionais orientaram os agricultores a utilizar a cobertura morta sobre o solo como forma de reter a umidade e melhorar a ciclagem dos nutrientes (a contínua transferência de nutrientes do solo para as plantas, e destas para o solo).
Segundo o engenheiro agrônomo Anderson Barbosa, produzir em sistemas orgânicos não se resume a eliminar os agrotóxicos nas culturas ou substituir os fertilizantes minerais por biofertilizantes. "É necessário conhecer toda a complexidade do agroecossistema para, assim, manejar os recursos naturais presentes em sua totalidade, tanto o solo, como a água, as demais plantas, os grandes e os pequenos animais, inclusive os microrganismos", disse.
Fonte: Ascom/Incra-PB com informações da Caaasp