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Estudo da UnB diz que Bolsa Família têm contribuído para mudança de comportamentos
As regras do Bolsa Família são simples, confiáveis, eficientes e têm contribuído para mudança de comportamentos tanto das famílias beneficiárias quanto dos gestores do programa. A conclusão é do pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Denilson Coelho, autor do estudo "Regras Importam: enforcement e aprendizado institucional no Programa Bolsa Família". Os resultados preliminares desse trabalho foram apresentados na sexta-feira (9), no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), no Sexta Com Debate.
A pesquisa, realizada entre janeiro de 2010 e agosto de 2012, analisou dados de 16,7 milhões de famílias beneficiárias do programa de transferência de renda nas áreas urbana e rural. O estudo – que foca a importância das regras do Bolsa Família para institucionalização do programa como política pública – será apresentado no 23º Congresso Mundial de Ciência Política, em Montreal, no Canadá, entre os dias 19 e 24 de julho.
“Os dados mostram que as regras do Bolsa Família estão ao alcance das instituições e são bem compreendidas. Os beneficiários entendem o papel dos Cras [Centro de Referência de Assistência Social] e dos Creas [Centro de Referência Especializado de Assistência Social] e há uma intenção clara das instituições em alocar os melhores gestores para a área”, aponta Coelho, que é professor adjunto do Instituto de Ciência Política da UnB.
De acordo com ele, o “Bolsa Família está redesenhando o federalismo brasileiro”, já que a operação do programa exige grande mobilização dos governos estaduais e municipais para cadastro dos beneficiários, repasse de dados ao MDS, bem como a formação e a qualificação das equipes de assistência social.
O estudo revela ainda que, na parceria com o governo para a execução do programa, os municípios estão cumprindo bem o seu papel. “Encontramos um perfil municipal qualificado. O programa funciona muito bem na maior parte do país”, afirma. Esse é um dos fatores que consagram o Bolsa Família como política de estado e não apenas de governo.
Os dados coletados mostram também que a simplicidade das regras é um dos fatores responsáveis pelo sucesso do programa e pelo cumprimento de mais de 90% das condicionalidades de saúde e educação entre as famílias pobres e extremamente pobres – índice revelado pelo estudo.
“O programa de transferência de renda no México chegou a ter 153 condicionalidades. Fazer a população rural entender essas regras é muito complexo e isso dificulta o cumprimento das condicionalidades”, explica ele.
Uma das recomendações do estudo é que as pesquisas sobre o tema sejam ampliadas e que o governo continue investindo nos Cras e nos Creas devido ao importante papel que desempenham no atendimento das famílias e na execução das políticas públicas.
Promovido pelo MDS, o Sexta com Debate ocorre a cada 15 dias, com o objetivo de promover o debate de temas relacionados ao desenvolvimento social no Brasil e no mundo.
Fonte: Ascom/MDS