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Encontro interconselhos debate agricultura familiar e segurança alimentar
A agricultura familiar e a segurança alimentar foram tema do debate do Encontro Interconselhos e de Comissões Nacionais para o Ano Internacional da Agricultura Familiar, Camponesa e Indígena, realizado nesta quarta-feira (6), em Brasília.
Durante a abertura, a presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco, destacou a importância de promover o diálogo interconselhos. “Queremos com esse debate reafirmar o papel da agricultura camponesa, familiar e indígena, e poder dialogar a partir de várias abordagens. É o papel dessa agricultura do ponto de vista do desenvolvimento rural sustentável e solidário, do ponto de vista da legislação do direito humano à alimentação adequada e saudável, reconhecimento e valorização da biodiversidade, da promoção da agroecologia. É um olhar dos vários conselhos para essa importância histórica de reafirmar a agricultura camponesa, familiar e indígena”, disse a presidenta do Consea.
O representante do Comitê Brasileiro para o Ano Internacional e vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Willian Clementino, defendeu a articulação entre sociedade civil e governo para que o tema continue em pauta. “Entendemos que para a agenda de desenvolvimento do Brasil e do mundo a agricultura familiar é o ponto central”, disse Clementino. Ele defendeu ainda que a agricultura familiar é uma forma de garantir a produção de alimentos de qualidade.
Para o representante das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura no Brasil (FAO), Alan Bojanic, já se pode pensar na agenda de 2015 com o aprimoramento das iniciativas e aumento dos investimentos na agricultura familiar. “É a grande agenda que vai se comprometer com os objetivos do milênio. Uma agenda para os próximos quinze anos que vai colocar a agricultura familiar na ata de prioridades dos governos do mundo inteiro com mais recursos e políticas mais aprimoradas”, disse Bojanic.
A secretária de Segurança Alimentar e Nutricional em exercício do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Lilian Rahal, disse que a agricultura familiar tem sido debatida nos três conselhos “Aqui no Consea, nós temos nos debruçado muito sobre agricultura familar. Nós temos pensado, tanto no MDS quanto no diálogo no Consea, numa segurança alimentar baseada na produção da agricultura familiar, na disponibilidade de alimentos produzidos pela agricultura familiar de uma maneira mais correta”, disse Lilian Rahal.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, também participou da abertura do encontro. “A agricultura familiar, na questão de fornecer alimentação de qualidade, é uma vanguarda na luta de um novo projeto sustentável para o país e da nova relação com a natureza e no desenvolvimento de uma concepção de economia solidária”, disse o ministro.
Para o ministro do Desenvolvimento Agrário e presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), Miguel Rossetto, o debate é importante para avaliar experiências e buscar estratégias diferenciadas ”onde a propriedade, a riqueza, a felicidade e os direitos fundamentais sejam repartidos”. Além disso, disse que houve avanços no estímulo à produção agroecológica. “Todos os agricultores e todas as comunidades que busquem migrar para uma atividade agroecológica terão assistência técnica garantida”, disse o ministro.
O encontro foi promovido pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (Condraf) e a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo). Os conselhos são formados por representantes do governo e da sociedade civil.
Fonte: Ascom/Consea