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Combate à fome: A história de Ângela
Quando criança, Ângela Maria Machado passou muitas dificuldades e até fome. “Era muito difícil. Minha mãe batalhava muito e mesmo assim a gente passava dificuldade.” A gaúcha, de 34 anos, cresceu em uma família de 24 irmãos.
Os pais trabalhavam como carroceiros na periferia de Porto Alegre (RS). Por vezes, faziam bicos para dar conta das despesas da casa. Para abrandar a fome, o casal mandava os filhos para a creche da Associação Comunitária do Campo da Tuca, na zona leste da capital, onde eles teriam ao menos uma refeição digna ao longo do dia.
“Naquele tempo, a gente tinha apenas uma refeição: polenta com guisado ou com salsicha. Não era como hoje. Não tinha esse luxo que hoje tem na creche", diz ela, ao lembrar que o filho Vinícius Dexter, de 4 anos, faz cinco refeições por dia na mesma creche que ela frequentou há 30 anos. "Ele tem acompanhamento médico e nutricional e preparação pedagógica para a escola." Parte dos produtos vem da agricultura familiar, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
O filho mais velho, Welington Benício, de 9, deixou a creche há três anos. Ângela relembra que os dois filhos entraram na instituição com o peso abaixo do ideal. “Hoje eles estão até mais gordinhos."
Atualmente, Ângela trabalha como auxiliar de educadora na creche da associação. Ainda é beneficiária do Bolsa Família, mas já sabe que, com o aumento da renda, não precisará mais do benefício.
“O Bolsa me ajudou muito, principalmente na alimentação dos meus filhos, porque não quero que eles passem pelo que passei”, diz ela, que nunca deixou de batalhar e de procurar meios de se qualificar e conseguir um emprego melhor. Já trabalhou como doméstica e vendeu pastel e salgados na frente da Associação Comunitária do Campo da Tuca.
“As pessoas têm que entender que esse é um benefício temporário, que a vida segue e a gente tem que pensar em crescer”, ressalta a auxiliar.
Fonte: Ascom/MDS