Entre as mudanças que marcam o padrão alimentar da população global encontram-se o sobrepeso e a obesidade. Este estudo visa caracterizar as principais mudanças associadas ao sistema agroalimentar contemporâneo, com ênfase no perfil da população brasileira com sobrepeso ou obesa a partir da análise dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009.
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O atual modelo de desenvolvimento está baseado na exploração e acumulação, tendo por imperativo máximo a dimensão econômica, que se sobrepõe e condiciona as outras dimensões da vida humana. Esse modelo esgotado aponta para a necessidade de construção de um desenvolvimento com bases sustentáveis no Semiárido, que viabilize o acesso à água e o manejo apropriado no Semiárido, com produção sustentável e agroecológica.
No Brasil vivem mais de quatro milhões de famílias de agricultores familiares e camponeses. Destas, 50% vivem no Nordeste, maior parte delas no Semiárido. Mais da metade da população do Semiárido é atingida pela desnutrição, representando mais de dois terços dos pobres do meio rural e muitas delas são privadas do acesso à água e aos alimentos básicos, especialmente nos períodos de estiagem.
Nas últimas décadas, pela ação de diversos atores sociais vem sendo gerada uma concepção alternativa à do “combate à seca” no Semiárido, baseada na compreensão: que seu povo é cidadão; que seca não se combate; que é possível conviver com a semiaridez; que a região é viável; que uma sociedade justa se constrói com equidade de gênero e o protagonismo das mulheres; e que a educação contextualizada é fundamental na valorização do conhecimento do povo na convivência com o Semiárido. Nasce, assim, a perspectiva da “convivência com o Semiárido”.
O Semiárido brasileiro começa, aos poucos, a ocupar o lugar que lhe cabe no cenário nacional. Políticas públicas são implantadas, algumas a favor da maioria do seu povo, outras ainda favorecem alguns poucos. A região semiárida brasileira é a maior do mundo e tem uma área de 982.566 Km2, que corresponde a 18,2% do território nacional, 53% da região Nordeste e abrange 1.133 municípios. A população do Semiárido é de cerca de 22 milhões de habitantes e dela faz parte a maior concentração de população rural do Brasil. A expressão “Semiárido” indica que se trata de uma região com características que se aproximam da aridez. As razões para isso são várias, especialmente os modos humanos de explorar a terra que a tornaram semiárida, aliados à escassez de chuva e ao limitado sistema de armazenamento de água da chuva.
Antigamente pensava-se que a amamentação apenas protegia as crianças pobres da diarreia. Hoje, sabe-se que os benefícios do aleitamento materno vão muito mais além. É mais adequado pensar na amamentação como um conjunto de agentes protetores biologicamente ativos, dentro de uma rede de interações sócio-afetivas que também fornece um especial suporte nutricional, do que apenas um alimento que contém anticorpos.
O decreto presidencial nº 8.243, de 23 de maio de 2014, criando Conselhos Populares, objetivando o aperfeiçoamento do instrumental de apoio ao Poder Executivo para a implementação de uma Política Nacional de Participação Social, e para tanto criando um Sistema Nacional de Participação Social, é um passo importante, altamente positivo, no sentido de ampliar as práticas de democracia participativa na sociedade brasileira. Na realidade, essa iniciativa deverá contribuir significativamente para que se dê efetividade ao disposto no parágrafo único do artigo 1º da Constituição, segundo o qual “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. Numa rápida visão retrospectiva, é oportuno lembrar que no século dezoito, como resultado das revoluções burguesas, foi proclamado o objetivo da implantação de sistemas democráticos, com sistemas governamentais em que o povo é o titular do poder político. Esse foi o primeiro passo para dar ao povo um papel positivo nas decisões fundamentais de seu governo.
Há um significado especial em celebrar o Dia Mundial da Alimentação (16 de Outubro) na Conferência Nacional do Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. Um espaço bastante propício para a abordagem do tema escolhido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), porque dialoga com os conteúdos e propostas aqui debatidos.
“A rua é o nosso chão, a nossa base”. A frase não é de um militante social, de um dirigente sindical em greve, de um ativista das jornadas de junho, nem de um indígena na Semana de Mobilização em Brasília. Não foi dita numa assembleia de estudantes, numa mobilização de jovens em marcha, nem é de um parlamentar falando para trabalhadores, de um padre ou pastor da Teologia da Libertação, de um cristão nas Romarias da Terra. A frase é da presidenta Dilma Rousseff na 68ª Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro de 2013.
As manifestações pelo Brasil, que explodiram em junho deste ano, pregaram uma surpresa em todos os analistas de plantão. Foram mais de 1 milhão de pessoas na rua em mais de 120 cidades brasileiras e 27 cidades fora do Brasil. Ninguém esperava tamanha dimensão.
Duas celebrações para entrarem na história. A primeira: os 70 anos de Pedro Ribeiro de Oliveira foram uma celebração de dia inteiro, em 12 de outubro: cercado de familiares, amigos/as, companheiras/os de décadas, no secular Sítio Tarumã em Juiz de Fora, Minas Gerais, agroecológico, cheio de plantas e árvores, casa antiga reformada, cercado de morros, flores e verde. Pedro é da Coordenação Nacional do Movimento Fé e Política, fez parte do grupo de análise de conjuntura da CNBB, animador de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), sociólogo, autor e organizador de livros e coletâneas. Declamei poesia em sua homenagem, Amores e História - 70x7: “Os rastros estão por todos os lados. / Tem as pegadas da luta pela democracia na ditadura./ Há as reflexões dos grupos de base da Bíblia./ Há a Teologia da Libertação/ e as Romarias de sua busca do Reino./ Há a fé e a política em movimento,/ misturando sal e comida/ fermento e pão”.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) escolheu um tema instigante para a comemoração do Dia Mundial da Alimentação neste 16 de outubro: Sistemas Alimentares Sustentáveis para a Segurança Alimentar e Nutrição. Vamos transformar este tema em convite à mudança, à mobilização das sociedades e governos pela garantia da alimentação como direito, como patrimônio cultural de um povo, e não como mercadoria. Um convite à defesa da soberania alimentar.
Os números da Organização de Alimentação e Agricultura da ONU (FAO) mostram que o mundo tem muito que caminhar para acabar com a fome. Portanto, o evento procura responder se é possível chegar ao dia em que haverá sistemas alimentares sustentáveis e o que é preciso fazer para alcançar este objetivo. Sabemos que a fome não só aniquila a vida e as esperanças dos indivíduos, como também prejudica a paz e a prosperidade das nações exigindo medidas urgentes a serem tomadas em muitas frentes, não apenas para fornecer alimentos para os famintos, mas também para eliminar as causas subjacentes da fome no mundo através de alternativas sustentáveis e permanente.
De modo providencial a FAO propõe o tema Sistemas Alimentares Sustentáveis para a Segurança Alimentar e Nutricional para marcar as celebrações do Dia Mundial da Alimentação, em 16 de outubro. Durante muito tempo a alimentação foi tratada como parte da rotina cotidiana da vida das pessoas, simples questão de produção e abastecimento, como se não tivesse implicações e encadeamentos com o sistema agroalimentar em sua complexidade contemporânea.
Sempre que se disser que cozinhar é sagrado, estamos nos reportando a uma cultura que não a ocidental, pois a cozinha no mundo europeu foi designada a servos, que para eles eram seres menores, inferiores . Na tradição de matriz africana a cozinha é destinada a quem pode , a quem saberá conversar com a parte divina de cada ser vivo, ou seja com o ar, agua, vegetal, animal racional ou irracional.
Para o Movimento de Mulheres Camponesas, o Dia Mundial da Alimentação é um momento para fazermos um amplo diálogo com a população do campo e da cidade sobre o que está em jogo na sociedade, que é o modo de produção de alimentos. É preciso, com urgência, avançarmos na compreensão sobre a importância da produção de alimentos saudáveis, elementar para a saúde humana - e do planeta como um todo.
Atualmente no Brasil, 30% das crianças de 5 a 9 anos estão com sobrepeso e 15% estão obesas (POF 2008-2009). Os dados revelam uma epidemia, que acomete as cinco regiões do país e todas as classes sociais. Com o excesso de peso, surgem as doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes, problemas renais e alguns tipos de câncer.
O olhar sudestino sobre o semiárido costuma dizer que aqui nada muda e que hoje a nossa realidade ainda é a mesma denunciada por Graciliano Ramos em sua obra prima “Vidas Secas”.
O presente artigo busca trazer reflexões acerca do atual cenário de insegurança alimentar e nutricional junto às comunidades indígenas brasileiras e da situação de experiências de etnodesenvolvimento nas comunidades indígenas brasileiras, abordando questões referentes à regularização de terras indígenas, ações de gestão ambiental e territorial de terras indígenas, acesso a financiamentos de projetos produtivos, implementação de ações de atenção à saúde dos povos indígenas e saneamento básico, acesso ao programa de cestas de alimentos etc, junto ao Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
19 de junho de 2013, Auditório do Anexo do Palácio do Planalto, reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA). Renato Maluf, antigo militante das causas sociais e da boa luta, ex-presidente do CONSEA, ao iniciar relato de reunião do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional acontecida faz pouco em Porto Alegre, diz: “Neste momento histórico em que os jovens e meus filhos vão de novo às ruas para dizerem o que pensam e o querem, eu me sinto revigorado, como sinto revigorada a democracia.” E chora, sob os aplausos de todas e