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FORÇA RS
É mentira que Conab comprou cesta básica mais cara em leilão do que seria em hipermercado
A imagem mostra uma perspectiva em primeira pessoa olhando para dentro de uma caixa de papelão. Dentro da caixa, há vários pacotes coloridos que parecem ser sacos de lanches. O foco está em uma mão segurando um dos pacotes, que está parcialmente obscurecido pelo ângulo da foto. A pessoa segurando o pacote está vestindo uma camiseta amarela com detalhes verdes, que se assemelha às cores da bandeira nacional do Brasil. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Um leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a compra de 45 mil cestas de alimentos destinadas ao atendimento às famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul está sendo alvo de desinformação. As cestas são compostas por arroz (10 kg), feijão carioca (4 kg) , óleo de soja (900 ml), leite em pó (2 kg), espaguete (2 kg), sardinha em óleo comestível (500 g) e sal (1 kg). As peças de desinformação repercutem a imagem de uma tela de compra no aplicativo de um hipermercado com os mesmos itens e compara com outra imagem, essa do fechamento do leilão.
A própria imagem do fechamento do leilão usada nas peças de desinformação aponta variação de -5,36% entre a abertura do certame (com preço estimado de R$ 213,00) e seu fechamento (com preço negociado a R$ 201,6684). Ou seja, a Conab comprou as 45 mil cestas com preço abaixo do previsto.
A comparação entre os preços negociados pela Conab com aqueles apresentados no aplicativo do hipermercado é equivocada. Os valores para os itens variam conforme a localidade dos compradores no próprio sistema da rede varejista. Cabe constar que a peça de desinformação suprime a informação do frete da referida compra.
A compra de cestas de alimentos realizada pela Conab passa por diversas de suas áreas técnicas. A Companhia faz pesquisas de preços no mercado, elabora Plano de Trabalho, realiza levantamento de riscos, desenvolve planejamento logístico, submete documentação pertinente às chancelas e análises das equipes jurídica e de conformidade da empresa, e, por fim, encaminha a proposta de compras ao órgão descentralizador dos recursos (neste caso, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), para que, formalizada a parceria, sejam viabilizadas as etapas subsequentes, que envolvem os leilões de aquisição.
O valor pago pela Conab pelas 45 mil cestas de alimentos incluiu, além dos alimentos, as capas de fardo para embalagem dos produtos, a emissão de laudos de qualidade e certificados de classificação para garantia de qualidade dos alimentos, os custos logísticos para transporte do local de origem até a Unidade Armazenadora da Conab em Canoas/RS (despesas com manutenção de caminhões, motoristas e combustível) e as despesas com a descarga das cestas no ponto de destino. Esses custos são arcados pela empresa fornecedora contratada através de leilão público. Trata-se de uma operação complexa. No prazo de quatro dias úteis a partir da data do leilão, as primeiras carretas de alimentos começaram a chegar à Unidade da Conab em Canoas.