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FORÇA RS
É falso que o Brasil comprará arroz indiano
A imagem mostra grãos de arroz cru sendo despejados de uma concha de plástico verde para um recipiente maior, que também contém arroz. O foco está no arroz fluindo, capturando o movimento enquanto ele cai. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Contrariando teses desinformativas propagadas nas redes, o Brasil não irá importar arroz da Índia. Enquanto o Brasil está importando o grão para garantir o abastecimento e a estabilidade de preços no país, a Índia restringiu suas exportações de arroz pelo mesmo motivo. Ambos os países tomaram essas medidas em decorrência de impactos climáticos sobre suas plantações.
As importações de arroz pelo Brasil ocorrerão por meio de leilões públicos, ao longo de 2024, mas a Índia não está na lista de possíveis fornecedores, uma vez que as exportações de arroz foram proibidas pelo governo indiano em julho do ano passado.
A restrição indiana não incide sobre arroz do tipo basmati, no entanto essa variedade não se enquadra nos parâmetros do edital de compra pública da Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab). Os estoques serão destinados, preferencialmente, à venda para pequenos varejistas das regiões metropolitanas. O primeiro leilão para compra de até 300 mil toneladas de arroz importado ocorrerá nesta quinta-feira (6/6), em formato eletrônico, na modalidade “viva-voz”. As regras para aquisição, nesta primeira etapa, constam no edital publicado pela Conab.
O edital define que o produto deverá ter aspecto, cor, odor e sabor característico de arroz beneficiado, polido, longo fino, Tipo 1, safra 2023/2024, e proíbe a aquisição de arroz aromático. O arroz deverá estar acondicionado em embalagem com capacidade de 5kg, transparente e incolor, que permita a perfeita visualização do produto e com logomarca.
Conforme estabelecido pela Medida Provisória 1.217/2024, o Governo Federal autorizou, em caráter excepcional, a importação de até um milhão de toneladas de arroz beneficiado ou em casca para recomposição dos estoques públicos.
A decisão foi tomada diante do alto volume de chuvas na região Sul, afetando a safra gaúcha, responsável por cerca de 68% do arroz produzido no Brasil. O objetivo é evitar especulação financeira e evitar aumentos no preço do produto nos mercados de todo o país.
Desde que foi anunciada, a compra pública de arroz realizada pela Conab tem sido alvo de desinformação. Vale ressaltar que o Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), fiscaliza a entrada de alimentos no país a fim de impedir a entrada de produtos contaminados química ou biologicamente.