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EMERGÊNCIA CLIMÁTICA
Barragens no Rio das Antas não causaram alagamentos
Foto da barragem controlada pela Ceran. Foto: Reprodução/Ceran
Em plena tragédia que atingiu 92 municípios do Rio Grande do Sul, peças de desinformação estão alegando que parte da alta dos rios foi consequência de uma abertura proposital de comportas em represas da região. As barragens no Rio das Antas, controladas por empresa privada, possuem vertedouros do tipo soleira livre, ou seja, não possuem estruturas que possibilitem o controle da vazão do rio e tem a característica “a fio d’água”, que não tem capacidade de armazenamento e todo o excedente de água passa por cima da barragem.
As barragens de Castro Alves, Monte Claro e 14 de Julho são controladas pela Cia. Energética Rio das Antas (Ceran). Em nota, no dia 4 de setembro, a empresa já relatava a alta no nível do Rio das Antas. “As barragens estão em estado operacional, não apresentam qualquer dano nem riscos estruturais nesse momento. Portanto, a condição das barragens está totalmente segura, sem qualquer risco de rompimento. Com o compromisso de zelar pela segurança da população, a Ceran agiu com rapidez e de forma preventiva, conforme determinado pelas leis de Segurança de Barragens”, elucida a empresa em nota.
Em outro comunicado, no dia 8, a empresa explica ao público que as barragens não possuem estruturas que possibilitem controlar a vazão do rio. “Infelizmente, as barragens não conseguem reduzir altas afluências e mitigar os impactos no entorno do rio, pois as barragens da Ceran possuem vertedouro do tipo soleira livre e tem a característica “a fio d’água”, ou seja, não tem capacidade de armazenamento e nem de regular o fluxo do rio, pois todo o excedente de água passa por cima da barragem”, explica o informe.
Em resposta à imprensa a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão responsável pela fiscalização da geração hidrelétrica, explicou o funcionamento da barragem e como eventos de cheia são operacionalizados:
“A operação de reservatórios no caso de cheias ou vazões acima da média é de competência dos empreendedores e do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) em articulação com a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). Salienta-se, no entanto, que as barragens do complexo CERAN não possuem reservatório de regularização, que permitiriam o amortecimento de cheias. Da mesma forma, as cheias não poderiam ser agravadas pois as barragens são do tipo soleira livre, não dispondo de comportas em seu vertedouro. Nesse caso, as vazões recebidas são totalmente defluídas.”