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Rei de Ifé é alvo de racismo religioso
Homenagem ao Dia Nacional das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. Rei de Ifé, Adéyeye Ènitan Babatunde Ogunwusi-Ojaja II. Foto: Agência Câmara dos Deputados
O rei da cidade nigeriana de Ifé, Oba Adeyeye Enitan Ogunwusi, tem sido alvo de peças de desinformação que o denominam como um “feiticeiro” maligno. O monarca esteve presente com sua comitiva no Palácio do Planalto no dia 20 de março. Na ocasião, estava sendo lançado um pacote de medidas para promoção da igualdade racial.
Além de participar do evento no Palácio do Planalto, o rei de Ifé também participou de sessão solene no Congresso Nacional no dia 21 de março, Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.
A passagem do rei Oba Adeyeye Enitan Ogunwusi por Brasília foi parte de uma visita que ele fez ao Brasil para divulgar sua cidade e seu país. No Rio de Janeiro, o líder assinou uma carta de intenções para cooperação científica entre Fiocruz e a Universidade de Ojaja e compareceu a uma solenidade na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A capital fluminense e Ifé são cidades-irmãs, possuindo um laço tanto de afinidade quanto de cooperação. O monarca nigeriano também esteve em Lauro de Freitas (BA), onde participou do reconhecimento do Quilombo Quingoma como Território Iorubá.
Os teores das peças de desinformação podem ser enquadrados como racismo religioso. Nos últimos dois anos, crimes em razão da religião aumentaram 45% no Brasil. Religiões de matriz africana são o alvo mais frequente. No início deste ano, a sanção presidencial da Lei 14.532/23 protegeu a liberdade religiosa e equiparou a injúria racial ao crime de racismo. Agora, a pena tornou-se mais severa com reclusão de dois a cinco anos, além de multa, não cabendo fiança e sendo o crime imprescritível.