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É falso que leite de caixinha tenha substâncias tóxicas para se manter conservado na embalagem
Foto: Seagro/TO
Não é verdadeira a informação que tem repercutido nas redes sociais de que o leite seja um dos piores alimentos do mundo por ser “totalmente modificado” durante o processamento térmico Ultra Alta Temperatura, na sigla em inglês, UHT.
O processamento térmico UHT nada mais é do que um tratamento ao qual o leite de vaca é submetido para eliminar microorganismos patogênicos — que fazem mal à saúde — e deteriorantes, que são bactérias que estragam o produto e é um procedimento regulamentado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O processamento térmico não tem relação com a adição de substâncias tóxicas para conservar o alimento. Na verdade, o tratamento é uma esterilização que também garante que o leite se mantenha em temperatura ambiente sem a necessidade de refrigeração.
O Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio de nota, ressalta que o leite industrializado é seguro e não oferece risco à saúde, diferente do leite cru, que requer um alerta aos consumidores sobre a ingestão sem a pasteurização. No Brasil, inclusive, a venda de leite cru é proibida em todo o território nacional, pelo Decreto nº 923/1969.
O Leite UHT, regulamentado pela Portaria 370/1997, é fabricado à partir do leite cru, por processo tecnológico adequado, ou seja, submetido, durante 2 a 4 segundos, a uma temperatura entre 130º a 150ºC, mediante processo térmico de fluxo contínuo, imediatamente resfriado e envasado sob condições assépticas em embalagens estéreis e hermeticamente fechadas.
No processo de Leite UHT, ele pode ser submetido à padronização da sua gordura e pode ser classificado em integral, quando possui gordura mínima de 3%, semidesnatado (entre 0,6 a 2,9% de gordura) e desnatado (até 0,5% de gordura). Admite-se no Leite UHT o uso de alguns aditivos estabilizantes, autorizados pela ANVISA, a fim de garantir a estabilidade das proteínas durante o tratamento térmico a altas temperaturas a que o leite é submetido para eliminar os microorganismos que podem trazer danos à saúde. Segundo a agência, o procedimento é necessário para “garantia da segurança do produto”.
Ainda de acordo com a nota do MAPA, a regra é ter um alimento de boa qualidade. O Brasil possui, além de uma boa legislação, boas técnicas para a detecção dessas substâncias. Existem métodos de detecção de peróxido de hidrogênio, hidróxido de sódio e outros. Além disso, existem vários laboratórios de inspeção e de tecnologia de leite e derivados no País”.