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VACINAS
Desinformação afasta pessoas de vacinação
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O Brasil possui um programa de vacinação modelo para o mundo. Criado em 1973, o Programa Nacional de Vacinação (PNI) tem o objetivo de coordenar e sistematizar as ações de vacinação.
Com o PNI, o Brasil conseguiu se livrar do fantasma de muitas doenças com o trabalho de profissionais de saúde por todo país e campanhas que mostram para a população a importância de se vacinar - algumas delas com seu famoso garoto-propaganda, o Zé Gotinha.
No entanto, nos últimos anos a cobertura vacinal tem sofrido um declínio, conforme dados obtidos junto ao Ministério da Saúde.
“A queda da cobertura é um problema multifatorial, mas a desinformação tem uma influência considerável”, explica o infectologista Éder Gatti, diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, responsável pelo PNI.
Segundo o diretor, existe um risco real da volta de doenças que já não mais apareciam pelo país.
No começo dos anos 2000, o Brasil passou uma década sem casos de sarampo, por exemplo. Recentemente, apareceram pequenos surtos da doença. A tríplice viral, vacina que protege contra a doença, também imuniza as pessoas contra rubéola e caxumba .
Além das manchas vermelhas, o sarampo pode levar a quadros de pneumonia, infecções sérias de ouvido e encefalite. Além disso, o sarampo mata 1 a 3 de cada 1.000 crianças doentes.
A Poliomielite , eliminada no Brasil em 1989, tinha uma cobertura vacinal total em todo território nacional até 2013. A cobertura vacinal da poliomielite vem apresentando resultados abaixo da meta de 95% desde 2016. “O risco da volta da poliomielite é real”, alerta o diretor Éder Gatti.
Causada por vírus, a poliomielite pode levar à paralisia dos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção.
A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Trata-se de uma doença considerada endêmica no Brasil e pode ser causada por vírus ou bactéria. O sexo masculino é o mais acometido pela doença. Além das dores de cabeça fortíssimas, é uma doença perigosa. Sua taxa de mortalidade fica entre 5% e 10%, entre o tempo de 24 a 48 horas após os primeiros sintomas. Sem tratamento, esse cenário sobe para 50%.
A difteria é uma doença transmissível e causada por bactéria ( Corynebacterium diphtheriae ) que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, às vezes, outras partes do corpo, como pele e mucosas. Dependendo do tamanho e de onde as placas aparecerem, a pessoa pode sentir dificuldade de respirar.
Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana (DTP), que além da difteria também protege contra tétano e coqueluche, o número de casos da doença se tornou muito raro no Brasil. Mas com o atual quadro de queda na cobertura vacinal, esse mal corre o risco de retornar.
São diversos os conteúdos que tentam descreditar as vacinas. No entanto, é um fato científico que elas nos protegem das doenças. Desenvolvidas com rigor científico e produzidas seguindo critérios rígidos de qualidade, elas são a melhor defesa que temos contra vírus e bactérias perigosos. “O mais importante para a gente é fazer a vacina chegar na ponta, e as pessoas tomarem para ficarem protegidas”, observa o diretor Éder Gatti.
O Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza no período de abril a maio. O Brasil precisa vacinar mais de 80 milhões de pessoas. Em maio, vai ser a vez das crianças brasileiras serem protegidas contra o sarampo e poliomielite. Não deixe a desinformação te deixar doente. Vacinas salvam vidas!