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Inflação em novembro marca 0,39%, com queda em relação ao mês anterior
Com alta nas carnes (8,02%), grupo Alimentação e bebidas (1,55%) teve o maior impacto (0,33 p.p) no IPCA de novembro - Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias
A inflação do país teve alta de 0,39% em novembro, caindo 0,17 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior (0,56%). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira, 10 de dezembro, pelo IBGE. O índice abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
O resultado foi influenciado pelas altas no grupo “Alimentação e bebidas” (1,55%), após aumento no preço das carnes, no grupo “Transportes” (0,89%), impulsionado pelo aumento da passagem aérea, e no grupo “Despesas pessoais” (1,43%), influenciado pelo aumento do cigarro. No ano, a inflação acumulada é de 4,29% e, nos últimos 12 meses, de 4,87%.
“A alta dos alimentícios foi influenciada, principalmente, pelas carnes, que subiram mais de 8% em novembro. A menor oferta de animais para abate e o maior volume de exportações reduziram a oferta do produto”, ressaltou o gerente do IPCA e INPC, André Almeida. Em termos de impacto no índice geral de novembro, “Alimentação e bebidas” exerceu 0,33 p.p, sendo que, entre os subitens, contrafilé, alcatra, refeição, óleo de soja e costela pressionaram para este aumento, com o impacto de 0,03 p.p cada.
A alta no grupo de Transportes teve influência das passagens aéreas, que subiram 22,65% e contribuíram com 0,13 p.p. — maior impacto individual no índice do mês. Já os combustíveis caíram -0,15%, influenciados pelas quedas nos preços do etanol (-0,19%) e da gasolina (-0,16%). Por sua vez, gás veicular (0,09%) e óleo diesel (0,03%) registraram variações positivas.
“A proximidade do final de ano e os diversos feriados do mês podem ter contribuído para essa alta”, explicou Almeida. Ainda em Transportes, o subitem ônibus urbano subiu 3,64%, após gratuidades concedidas nas passagens nos dias de eleições municipais em diversas áreas de abrangência da pesquisa no mês de outubro. Em São Paulo, foram registradas reduções de -0,43% no trem e no metrô, decorrentes da apropriação da gratuidade concedida a toda população nos dias de realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
BANDEIRA TARIFÁRIA — No grupo Habitação (-1,53% e -0,24 p.p.), a energia elétrica residencial caiu 6,27% em novembro, com a vigência da bandeira tarifária amarela, a partir de 1º de novembro, que acrescentou R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Além disso, foram verificados os seguintes reajustes tarifários: de 4,97% em Goiânia (-2,13%), a partir de 22 de outubro; redução de 2,98% em Brasília (-9,30%), a partir de 22 de outubro; e redução de 2,88% em uma das concessionárias de São Paulo (-7,23%), a partir de 23 de outubro.
Ainda em Habitação, no subitem taxa de água e esgoto (0,04%), foi incorporado o reajuste médio de 32,77% em Rio Branco (32,77%), aplicado a partir 5 de janeiro e que não havia sido apropriado no índice. Em gás encanado (-0,15%), houve redução tarifária de 0,51% no Rio de Janeiro (-0,48%), a partir de 1º de novembro.
VARIAÇÃO REGIONAIS — Regionalmente, a menor variação ocorreu em Porto Alegre (0,03%), por conta do recuo da energia elétrica residencial (-7,67%). Por outro lado, a maior variação ocorreu em Rio Branco (0,92%), influenciada pela alta das carnes (8,04%). Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de outubro a 28 de novembro de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de setembro a 29 de outubro de 2024 (base).
ALTA NO INPC — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,33% em novembro, 0,28 p.p. abaixo do resultado observado em outubro (0,61%). No ano, o INPC acumula alta de 4,27% e, nos últimos 12 meses, de 4,84%, acima dos 4,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2023, a taxa foi de 0,10%. Calculado pelo IBGE desde 1979, o indicador se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários-mínimos, sendo o chefe assalariado.
Os produtos alimentícios registraram alta de preços pelo terceiro mês consecutivo, acelerando de 1,11% em outubro para 1,62% em novembro. Por sua vez, os produtos não alimentícios caíram 0,08%, após alta de 0,45% em outubro.
Quanto aos índices regionais, a menor variação foi observada em Porto Alegre (-0,02%), por conta dos recuos dos preços da energia elétrica residencial (-7,61%) e da gasolina (-1,64%). Já Rio Branco registrou a maior variação (0,89%), por conta da alta das carnes (8,61%) e da gasolina (2,20%).