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CRIA G20
Nomzamo Mbata: figuras públicas precisam exigir ações contra a pobreza
Nomzamo Mbata: "Queremos empenho e responsabilidade. Ação e compromisso e responsabilidade. Para que, em alguns anos, possamos ver mudanças concretas"
A atriz e ativista dos direitos humanos Nomzamo Mbata acredita que figuras públicas têm a responsabilidade de exigir ações concretas contra a pobreza. No CRIA G20, no Rio de Janeiro, ela compartilha como sua experiência pessoal com desigualdades a motiva a cobrar compromisso real dos líderes globais.
Sabemos que os influenciadores têm uma voz poderosa. Mas como usamos esse poder? Como usamos o poder dos músicos, que têm os ouvidos atentos de milhões em todo o mundo? É importante que a gente seja capaz de apoiar essas causas. Temos esse poder"
Nomzamo Mbata
Nomzamo Mbata, que participou do primeiro painel do G20 Talks nesta quinta-feira, 14 de novembro, é uma personalidade da TV na África do Sul. Além de seu trabalho no cinema e na TV, tem grande envolvimento em causas filantrópicas e é uma defensora do empoderamento feminino, frequentemente usando sua plataforma para promover o acesso à educação e à igualdade de oportunidades para mulheres e meninas na África e no mundo.
A atriz dividiu o painel hoje com a primeira-dama do Brasil, a socióloga Janja Lula da Silva, a influenciadora libanesa Surthany Hejeij e a economista e ativista Tereza Campello.
Em entrevista, Nomzamo afirma que é preciso colocar os líderes em posição de responsabilidade para promover mudanças reais.
Como você vê o papel dos influenciadores e dos artistas como você na luta global contra a pobreza?
Influenciadores e figuras públicas podem desempenhar um papel muito importante. Podemos repassar informação de forma que seja consumida pelas massas. Sabemos que os influenciadores têm uma voz poderosa. Mas como usamos esse poder? Como usamos o poder dos músicos, que têm os ouvidos atentos de milhões de pessoas em todo o mundo voltados para eles? É importante que a gente seja capaz de apoiar essas causas. Temos esse poder. Precisamos usar para defender algo muito maior que nós mesmos.
O que motivou você a lutar contra a pobreza e a desigualdade?
No lugar onde cresci, testemunhei muitas desigualdades e injustiças. Há tantas comunidades que são deixadas para trás. Uma das histórias mais incríveis que vivenciei foi uma das minhas visitas de estudo a um campo de refugiados. Um homem tinha sido deslocado devido a um conflito no Congo. Tinha fugido para o Quênia e era naquele momento um refugiado na Turquia. Ele conseguiu construir um cinema improvisado no meio do nada, com uma pequena televisão. Depois escreveu com giz em uma lousa os filmes que seriam exibidos nesse dia. As crianças refugiadas iam para o pequeno cinema assistir aos filmes durante todos os dias. Podiam escapar da realidade.
Que mudanças você espera ver depois deste evento?
Há muitos eventos em que podemos nos sentar e falar. Mas queremos ação. Queremos empenho e responsabilidade. Portanto, ação, compromisso e responsabilidade. Queremos ver as coisas serem construídas a partir do zero. Para que, em alguns anos, possamos ver mudanças concretas. Daqui a dez anos, queremos ver concretizadas as coisas de que falamos hoje. Queremos colocar os nossos líderes em uma posição de responsabilidade.