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SAÚDE
Dez minutos por semana: mobilização nacional reforça combate à dengue
O Aedes aegypti é responsável pela transmissão da dengue, além de Zika e Chikungunya - Foto: Pixabay
Cerca de 10 minutos por semana fazem toda a diferença para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, além de Zika e Chikungunya. Atitudes simples como tampar caixas d'água, esvaziar recipientes e descartar corretamente o lixo são essenciais para interromper o ciclo de vida do mosquito e proteger milhares de vidas. A prevenção começa em casa e o impacto se reflete em toda a sociedade.
Simples atitudes fazem a diferença:
- Esvazie garrafas PET, potes e vasos
- Guarde pneus em locais cobertos
- Limpe bem as calhas de casa
- Mantenha a caixa d'água, tonéis e outros reservatórios de água fechados
- Coloque areia nos pratos de vasos de plantas
- Amarre bem os sacos de lixo
- Não acumule sucata e entulho
- Receba bem os agentes de saúde e os de endemias
PLANO DE AÇÃO — O Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses foi lançado em setembro pelo Ministério da Saúde e construído por mais de 200 pesquisadores, gestores e técnicos dos estados e municípios, além de profissionais de saúde que atuam na ponta, em contato com as comunidades que conhecem de perto os desafios em cada região do país, com atenção às regiões de maior vulnerabilidade social.
"É fundamental que discutamos ações para o enfrentamento à dengue e outras arboviroses que afetam tanto a nossa população. Quero destacar que temos tido uma dinâmica produtiva e muita cooperação entre secretários e secretárias, e agradeço a todos pela colaboração”, ressaltou a ministra da Saúde, Nísia Trindade
O plano consolida medidas para o enfrentamento de arboviroses e está baseado nas evidências mais atualizadas, novas tecnologias e representa um pacto nacional para o combate às doenças. O objetivo é apresentar ações que serão coordenadas pelo Ministério da Saúde em estreita parceria com estados e municípios e colaboração de instituições públicas e privadas, bem como de organizações sociais.
Para 2024, o investimento é de cerca de R$ 1,5 bilhão. O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Rivaldo Venâncio, destaca que os repasses serão feitos de acordo com as necessidades locais. “O objetivo é evitar a sobrecarga das redes assistenciais e antecipar as ações antes que os municípios cheguem a decretar emergência em saúde pública”, explica.
O programa trabalha em seis eixos de atuação, com foco na implementação no segundo semestre - quando as condições climáticas são favoráveis ao aumento de casos.
São eles:
- Prevenção;
- Vigilância;
- Controle vetorial;
- Organização da rede assistencial e manejo clínico;
- Preparação e resposta às emergências;
- Comunicação e participação comunitária.
Durante o intervalo entre os picos de casos são intensificadas as ações preventivas, com retirada de criadouros do ambiente e implementação das novas tecnologias de controle vetorial. Também será feita uma força-tarefa de sensibilização da rede de vigilância para a investigação oportuna de casos, coleta de amostras para diagnóstico e identificação de sorotipos circulantes.
Está prevista, ainda, a organização de fluxos da rede assistencial, revisão dos planos de contingência, capacitação de profissionais de saúde para manejo clínico, gestão dos estoques de inseticidas, insumos para diagnóstico laboratorial e assistência ao doente. "Estamos comprometidos em oferecer todo o suporte necessário a estados e municípios para que não cheguem a uma situação de emergência", afirmou Rivaldo Cunha.
WOLBACHIA — Em outubro, o método Wolbachia completou 10 anos de implementação. O método usa uma bactéria que, ao ser introduzida em mosquitos Aedes aegypti, impede a reprodução do vírus. Desde o início dos estudos no Brasil, em 2012, o número de pessoas contempladas pela tecnologia cresceu de cinco mil para mais de quatro milhões – e a expectativa é alcançar cinco milhões até 2025.
O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia, que se reproduzem com os mosquitos locais, formando gradualmente uma nova “população”, todos portadores da bactéria. Com o tempo, a proporção de mosquitos que contêm Wolbachia aumenta até atingir um nível estável, eliminando a necessidade de novas liberações. Esse efeito torna o método autossustentável e viável a longo prazo.
A atuação do Governo Federal tem sido essencial para o progresso do método Wolbachia, com investimentos que evidenciam um sólido compromisso da gestão com a saúde pública. Para 2025, o Ministério da Saúde já anunciou um investimento de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, valor que será destinado à aquisição de vacinas contra a dengue, insumos laboratoriais para a testagem de arboviroses, e à implementação de novas tecnologias, como o método Wolbachia e estações disseminadoras de larvicidas. Além disso, haverá suporte aos municípios para custeio assistencial, que será ajustado de acordo com as necessidades específicas de cada território.