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Combater o desperdício é fundamental para reduzir a fome no mundo, diz ativista
Surthany Hejeij: promover a segurança alimentar e ajudar comunidades carentes. Foto: CRIA G20 / Divulgação
O desperdício diário de alimentos é um dos fatores que agrava a fome no mundo. Esse é o ponto de partida do trabalho da influenciadora venezuelana e libanesa Surthany Hejeij, que, em suas publicações nas redes, além de culinária, incentiva seu público a adotar iniciativas que buscam impulsionar a segurança alimentar e a distribuição de alimentos no mundo. De forma leve, ela promove a conscientização sobre a necessidade de reduzir o desperdício de alimentos.
Acredito muito no poder das redes sociais para influenciar as pessoas de forma positiva. Adoraria que as crianças que entram nas redes diariamente pensassem em promover o fim da fome no mundo"
Surthany Hejeij
Ela participou nesta quinta-feira, 14 de novembro, do primeiro painel do G20 Talk, ao lado da primeira-dama do Brasil, a socióloga Janja Lula da Silva, da atriz e ativista sul-africana Nomzamo Mbata e da economista e ativista Tereza Campello.
Em entrevista, Surthany, conhecida nas redes como Surthy, defende que influenciadores usem seu alcance para promover a segurança alimentar e ajudar comunidades carentes. Ela mesma produz grandes pratos de comida e distribui nas ruas das pequenas aldeias próximas do local onde vive.
Como seu trabalho de sensibilização para o desperdício alimentar se relaciona com os objetivos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza?
Os dois assuntos estão relacionados. O desperdício diário de alimentos constitui um fator que impacta a fome no mundo. Significa que grandes quantidades de alimentos que talvez pudessem ser distribuídas de outras formas são jogadas fora.
Como você enxerga o papel dos influenciadores digitais na promoção de práticas sustentáveis e na luta contra a fome?
Acredito muito no poder das redes sociais para influenciar as pessoas de forma positiva. Adoraria que as crianças que entram nas redes diariamente pensassem em promover o fim da fome no mundo. Há muitas questões que podemos resolver a partir das nossas casas, usando as redes sociais e isso tem sempre um impacto muito positivo para o mundo todo.
Que tipo de impacto você acredita que eventos como o CRIA G20 tenham nessa questão?
Queremos soluções, porque às vezes falamos muito. Mas queremos mesmo ver os números mundiais diminuírem. Esse é o nosso interesse: cada vez menos pessoas têm de acordar todos os dias e dizer: “O que é que vou comer hoje?” No meu país muita gente não ganha dinheiro suficiente, nem sequer para comprar a alimentação básica. Portanto, que surjam soluções de fato. Soluções reais.
Há alguma história ou experiência pessoal que tenha motivado você a trabalhar no combate à fome e com sustentabilidade alimentar?
Muitas pessoas trabalham com isso porque já passaram fome em algum momento da sua vida. Comigo foi exatamente o contrário. Sinto que tive tudo na minha vida. Fui criada pelos meus pais. Eles se certificaram de que nunca me faltaria nada em casa, mas mesmo assim me educaram com os valores que permitiram compreender o que se passava à minha volta e não pensar apenas em mim. Com os meios certos, podemos ajudar as pessoas à nossa volta, fazer a nossa parte.