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COMBATE À FOME
Organização dos Estados Americanos (OEA) se torna membro fundador da Aliança Global contra a Fome
Sede da Organização dos Estados Americanos em Washington - Foto: Juan Manuel Herrera/OAS
A Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciou, nesta quarta-feira, 9 de outubro, sua adesão como membro fundador da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa é uma das prioridades da presidência brasileira no G20, que visa canalizar recursos para programas eficazes que reduzam a fome e a pobreza - dois dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas.
Em comunicado oficial, a OEA afirmou que a fome e a subnutrição são “manifestações perversas e eticamente inaceitáveis da pobreza estrutural e da desigualdade” e enfatizou que está empenhada em trabalhar para que mais direitos cheguem às pessoas mais vulneráveis. Como membro fundador da Aliança, a organização se colocou à disposição para compartilhar práticas e experiências que contribuam para o combate à pobreza e à desigualdade.
"Estamos muito honrados e certos de que a OEA terá contribuição fundamental para o sucesso dessa iniciativa. Se caminharmos juntos, a Aliança Global será o melhor legado que poderíamos deixar para as futuras gerações”, disse o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
OUTRAS ADESÕES — A Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês) também tornou-se um membro fundador da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A missão da organização empresarial mundial é apoiar e acelerar os esforços para erradicar a fome e a pobreza (ODS 1 e 2), reduzindo ao mesmo tempo as desigualdades (ODS 10). A Aliança também pretende revitalizar as parcerias globais para o desenvolvimento sustentável (ODS 17) e alcançar outros ODS interligados, defendendo transições sustentáveis, inclusivas e justas.
A Fundação Rockefeller foi a primeira entidade filantrópica a se juntar à iniciativa, e buscará contribuir com recursos financeiros, assistência técnica, apoio à capacitação e conhecimento para apoiar países membros que vão implementar programas de alimentação escolar. Em colaboração com outros parceiros, também trabalhará no sentido de apoiar o estabelecimento de políticas e programas em larga escala.
“Todos merecem acesso a alimentos saudáveis e oportunidades econômicas. É por isso que convidamos outras instituições a se juntarem à Fundação Rockefeller para apoiar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza", disse o Dr. Rajiv J. Shah, presidente da fundação. "Como parte da Aliança, esperamos ajudar os países a expandir seus programas de refeições escolares, o que pode ajudar a melhorar a nutrição de milhões de crianças, ao mesmo tempo em que impulsiona a demanda por mais agricultura regenerável e cultivada localmente", acrescentou.
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR — Os programas de alimentação escolar causam impacto direto nos resultados educacionais e na qualidade de vida de crianças vulneráveis em todo o mundo, especialmente para meninas. O Programa Mundial de Alimentos indica que os programas de alimentação escolar podem aumentar matrículas em uma média de 9%, ao mesmo tempo em que diminuem as taxas de evasão e aumentam significativamente a frequência escolar das crianças.
A pesquisa também mostra que os programas de alimentação escolar podem ter efeitos benéficos na agricultura, educação, saúde e nutrição e proteção social, com 9 dólares em retornos para cada dólar investido. Como a rede de segurança social mais extensa globalmente, beneficiando 418 milhões de crianças em 2022, os programas de alimentação escolar alimentam 20% da população com uma refeição por dia e podem ser um poderoso impulsionador da demanda por agricultura resiliente ao clima e produzida de forma regenerativa.
“Eu fico emocionado, porque a fome não é uma coisa natural. A fome é algo que requer decisão política. Programas como Bolsa Família, Aquisição de Alimentos e Merenda Escolar permitem que refeições saudáveis cheguem aos mais vulneráveis, incentivem a produção agrícola e promovam o desenvolvimento local”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um discurso no pré-lançamento da Aliança Global, em julho. “A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza nasceram dessa vontade política e espírito de solidariedade. Será o legado mais importante da presidência do Brasil no G20”, completou.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação declarou: “A FAO tem o prazer de dar as boas-vindas à Fundação Rockefeller como a primeira entidade filantrópica a se juntar à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. O apoio da Fundação Rockefeller para refeições escolares regenerativas e resilientes ao clima por meio da Aliança Global aumentará a implementação deste instrumento de política em escala. Contribui para redução da fome e da desnutrição, ao mesmo tempo em que promove a transformação dos sistemas agroalimentares, construindo resiliência às mudanças climáticas e fortalecendo os pequenos agricultores familiares. A FAO está interessada em trabalhar com o Brasil, a Fundação Rockefeller e todos os outros membros da Aliança para acabar com a pobreza e atingir a Fome Zero.”
ALIANÇA GLOBAL — A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que será lançada em novembro, estará aberta a todos os países da ONU. A iniciativa, proposta pela presidência brasileira do G20, tem como objetivo estabelecer uma aliança global para obter recursos e conhecimentos para a implementação de políticas públicas e tecnologias sociais eficazes para a erradicação da fome e da pobreza no mundo. A iniciativa estabelece um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de vários países e entidades internacionais, para apoiar a implementação e a ampliação, em escala global, de ações, políticas públicas e programas efetivos desenvolvidos pelos diferentes países e instituições para o combate à desigualdade e à pobreza. O objetivo é ampliar bases para o desenvolvimento e superação da fome a longo prazo.