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CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Inpe e OTCA discutem parceria para ampliar o monitoramento na região amazônica
Foto: Secom/Inpe
Nesta quinta-feira (5), a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, chefiou uma comitiva com integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), para debater temas como monitoramento de queimadas e desmatamentos, previsão do tempo e clima, gestão de recursos hídricos e geoprocessamento.
O diretor do Inpe, Clezio de Nardin recebeu a diretora executiva da OTCA, Vanessa Grazziotin, e representantes dos países-membros da organização que reforçaram a importância da cooperação a ser formalizada entre as instituições no âmbito do monitoramento por satélites e análise ambiental nos países da região amazônica.
“Esse é um trabalho que não parte do zero. O próprio Inpe tem experiência anterior exitosa de cooperação internacional com países amazônicos, mas queremos dar novo impulso, que seja transformador e modernize as capacidades de nossos países para atingirmos a autonomia e soberania tecnológica como região”, destacou a ministra Luciana Santos.
O diretor Clezio de Nardin enfatizou a importância da cooperação para o Inpe e dos objetivos em comum com as instituições dos países integrantes da OTCA nas áreas de monitoramento de desmatamento e de queimadas, de previsão e respostas a desastres naturais e de acesso ao espaço.
“Com o novo acordo, poderão ser desenvolvidos mecanismos de compartilhamento de tecnologias, sistemas e metodologias de monitoramento ambiental, fundamentais para todos os países em relação às políticas de preservação da Amazônia”, disse Vanessa Grazziotin, ressaltando que a parceria da organização com o Inpe é antiga.
A ideia é que o Inpe e a OTCA desenvolvam e compartilhem sistemas de apoio à gestão de ecossistemas e base de informações georreferenciadas. Estão previstos também treinamento para capacitação em análise de informações de sensores remotos, geração de mapas temáticos e técnicas de apoio à prevenção ou gestão de risco ambiental.
A parceria deverá contar com visitas técnicas para fortalecer as capacidades específicas de pesquisadores que atuam em diferentes temas na Amazônia com o uso de dados georreferenciados. Também serão organizados eventos para apresentar os produtos gerados em conjunto e a disseminação da informação científica para a sociedade.
SATÉLITE CBERS-5 — Na visita à sede do Inpe, a ministra falou sobre a importância do CBERS-5 para o fortalecimento da cooperação espacial entre os países amazônicos e da América Latina e Caribe. “Será um satélite meteorológico que dará autonomia para nossas previsões do tempo e previsão de curtíssimo prazo para eventos atmosféricos iminentes, incluindo os eventos extremos, como secas, enchentes e deslizamentos que tiram vidas e destroem cidades inteiras”.
A ministra informou a intenção de compartilhar os dados meteorológicos gerados pelo CBERS-5, o primeiro satélite geoestacionário sino-brasileiro, a todos os demais países interessados, com atenção especial à América Latina e ao Caribe.
“O CBERS-5 é hoje a prioridade número um do nosso ministério e do governo brasileiro, e uma oportunidade única para darmos um salto no domínio tecnológico do setor espacial. Esse é um projeto estratégico de quase R$ 10 bilhões, a serem compartilhados igualmente por Brasil e China nos próximos anos”, concluiu Luciana Santos.
OTCA — A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) é uma organização intergovernamental composta por oito países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Trabalha com uma ampla visão de Cooperação Sul-Sul em diferentes dimensões, criando sinergias entre governos, organizações multilaterais, agências de cooperação, sociedade civil organizada, movimentos sociais, comunidade científica, setores produtivos e a sociedade como um todo.
*Com informações do Inpe