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SAÚDE INDÍGENA
Governo Federal ampliará número de médicos atuando no território Yanomami
Atendimento da Força Nacional do SUS no território Yanomami, em Boa Vista - Foto: Igor Evangelista/MS
O Governo Federal pretende ampliar o número de médicos que atuam no território Yanomami, em Roraima, como parte das medidas de fortalecimento da saúde indígena no país. Atualmente, a quantidade de profissionais, entre médicos, técnicos e nutricionistas na região, é de 1,5 mil. No início de 2023, eram 690. O objetivo é que, até o final do ano, 80 médicos estejam atendendo na terra indígena.
O mais recente investimento na força de trabalho ocorrerá por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS). Um edital de processo seletivo simplificado prevê a contratação de 400 profissionais de saúde para o território Yanomami. Em agosto, 129 assinaram contrato. Até o fim deste mês, mais 200 serão contratados.
Com os avanços no último um ano e meio de governo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, determinou que a nova fase de atuação deve focar na assistência especializada, que contará com 15 médicos especialistas. O processo seletivo pretende contratar médicos da família, pediatras, ginecologistas, obstetras, infectologistas, socorristas, sanitaristas e outros.
Em agosto, quando cumpriu agenda em Roraima, a ministra Nísia reforçou que o investimento em saúde indígena é uma prioridade para o governo e comemorou a melhoria dos indicadores de saúde. "Conseguimos, num esforço muito grande, o fortalecimento dos cuidados com a saúde indígena. Definitivamente, estamos em um novo ciclo e estamos empenhados em solucionar as questões. Além disso, estamos trabalhando para fortalecer a gestão da saúde indígena", afirmou.
EMERGÊNCIA — O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, ressalta que no início da emergência em saúde pública no território, apenas quatro médicos atuavam na região. Atualmente, 39 trabalham na terra indígena. “Estamos realizando todos esforços, recrutando profissionais. Temos trabalhado para garantir um cuidado integral e evitar remoções de pacientes do território para Boa Vista”, destacou.
Tapeba frisou que o Ministério da Saúde está, de forma ininterrupta, investindo na estruturação das unidades de saúde e na capacidade de ampliação de atendimentos. Com a abertura de sete polos que estavam desativados, 5,2 mil indígenas voltaram a receber assistência. “Estamos executando um conjunto de ações e medidas para fortalecer a saúde do povo Yanomami”, salientou.
MAIS MÉDICOS — O Mais Médicos integra um conjunto de ações e iniciativas para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS). É neste atendimento que 80% dos problemas de saúde são resolvidos. Com a recomposição do programa, o Governo Federal quase dobrou a quantidade de profissionais e implementou melhorias no modelo e na atuação, já que traz, de forma inédita, vagas no regime de cotas para pessoas com deficiência e grupos étnico-raciais, como negros, quilombolas e indígenas.
O programa existe para enfrentar também desigualdades regionais. Leva médicos a regiões onde há escassez ou ausência de profissionais e investe na qualificação e formação, no intuito de resolver a questão emergencial do atendimento básico, mas também criando condições para continuar a garantir um atendimento qualificado no futuro para aqueles que acessam cotidianamente o SUS.
Atualmente, são 26.568 profissionais ativos: 53,57% são mulheres; mais de 12,6 mil profissionais têm entre 30 e 39 anos. Há 99 vagas do programa ocupadas por indígenas, enquanto 37,08% são pretos ou pardos e 53,72% são brancos. Quanto ao tipo de equipe onde estão alocados os profissionais do Mais Médicos, 25.902 integram equipes de Saúde da Família (eSF) e 15.906 estão em regiões de médio, alto ou muito alto Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS).
AgSUS — A AgSUS é um serviço social autônomo, regido pelo direito privado, não tem fins lucrativos, exercendo atividades de interesse público. Tem a finalidade de apoiar a execução de políticas formuladas pelo Ministério da Saúde. Seus programas e projetos são desenvolvidos por meio de contratos de gestão em âmbito regional ou nacional.