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QUESTÃO INDÍGENA
Governo apresenta balanço das ações para o povo Yanomami durante fórum de lideranças
Discussões no Fórum de Lideranças seguem até esta sexta-feira, 27 de setembro. Foto: Rafael Nascimento/MS
O Governo Federal apresentou um balanço das ações para melhoria e recuperação do povo Yanomami. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 26 de setembro, em Auaris, Roraima, durante o 5º Fórum de Lideranças Yanomami e Ye’kuana.
O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, o Governo Federal investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal.
O principal reflexo dos investimentos é a queda de 33% na mortalidade, na desnutrição e o reforço no combate à malária”
Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena do Ministério da SAúde
GARIMPO DESFALCADO - O coordenador da Casa de Governo Yanomami, Nilton Tubino, destacou que o governo está empenhado em retirar o garimpo ilegal do território. “Essa é uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma agenda prioritária. Desde o início da desintrusão, temos 18 órgãos atuando no combate ao garimpo ilegal. Os garimpeiros estão, hoje, sem estrutura para operar, sem alimento e meio de locomoção”, destacou.
Tubino ressaltou que o encarecimento dos custos da extração do ouro no território indígena ajudou a desarticular a atividade. “Temos garimpeiros se entregando às forças policiais por estarem com fome e sem condições de permanecer no garimpo”, concluiu.
AUMENTO DE EFETIVO - O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, ressaltou que no último ano e meio, muitas ações foram implementadas, com o aumento de 690 para 1,5 mil no número de profissionais atuando no território.
“Fizemos investimentos robustos. Quando iniciamos o governo, havia quatro médicos. Hoje temos 40. Reabrimos sete polos base, construímos seis novas unidades. Além disso, estamos mantendo as estruturas abastecidas”, ponderou.
QUEDA NA DESNUTRIÇÃO - Desde o início da emergência, 5,2 mil indígenas voltaram a ter assistência. Somente a Sesai investiu R$ 221 milhões no território Yanomami em 2023. Até agosto deste ano, foram outros R$ 216 milhões. “O principal reflexo dos investimentos é a queda de 33% na mortalidade, na desnutrição e o reforço no combate à malária”, explica o secretário.
O secretário nacional de Direitos Territoriais do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Marcos Kaingang, ressalta que o momento é de união e fortalecimento das relações. “Nós do Governo Federal viemos dialogar com as lideranças e mostrar os resultados do trabalho”, destaca.
Kaingang ressalta que o Governo Federal está focado nas ações de desintrusão. “Temos realizado um forte trabalho de proteção territorial. Além disso, desenvolvemos um conjunto de ações para aumentar a saúde indígena e superar a insegurança alimentar. Já estamos tendo bons frutos”, avalia.
FORTE INVESTIMENTO - A presidente da Funai, Joênia Wapichana, destacou que houve um forte investimento no território Yanomami por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Estamos trabalhando para melhorar a logística no território e garantir segurança alimentar aos povos. Além disso, contratamos intérpretes para trabalharem nas ações do governo”, frisou.
Ela destacou que a Funai está investindo na contratação de indígenas para ocuparem cargos de liderança. “É nossa obrigação promover a integração do indígena no processo de fortalecimento da cultura e do bem viver”, salientou.
Joênia avaliou que o território Yanomami vive um momento de maior tranquilidade. A conjuntura, segundo ela, está ligada ao maior controle do acesso às aldeias. Para acessar as comunidades, é necessário registro e autorização legal da visita. “Isso evita invasão e situações de risco”, garante. O 5º Fórum de Lideranças Yanomami e Ye’kuana termina nesta sexta-feira (27).