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POLÍTICAS DIGITAIS
Crianças e adolescentes são ouvidos para elaboração de Guia sobre Usos de Telas e Dispositivos Digitais
Relato ilustrado da escuta com adolescentes realizada em São Paulo/SP, em 29 de agosto, pelo Instituto Alana e Secretaria de Políticas Digitais da Secom PR com apoio do Programa Brasil-Reino Unido de Acesso Digital e da embaixada do Reino Unido no Brasil - Foto: Divulgação / Luis Crepaldi @artedaconversa
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom PR), por meio da Secretaria de Políticas Digitais, em parceria com o Instituto Alana e com apoio da embaixada do Reino Unido no Brasil, conduziu um ciclo de 12 encontros para escutas participativas de crianças, adolescentes, familiares e educadores sobre os riscos e oportunidades do ambiente digital. As escutas, realizadas entre os meses de junho e setembro, fazem parte do processo de elaboração do “Guia para Uso Consciente de Uso de Telas e Dispositivos Digitais por Crianças e Adolescentes”.
O objetivo das escutas foi identificar e abordar de maneira inclusiva e democrática a presença de telas, dispositivos digitais e redes sociais na vida cotidiana de crianças e adolescentes.
No total, aconteceram oito encontros on-line, com apoio técnico da Rede Conhecimento Social, e quatro presenciais — em Fortaleza (CE), Recife (PE), São Paulo (SP) e Manaus (AM) — reunindo 114 participantes de 43 cidades das cinco regiões do país, incluindo 66 crianças e adolescentes, 30 educadores e 18 responsáveis.
Durante as oficinas, os participantes compartilharam preocupações com o tempo e formas de uso de telas. Confira algumas das falas que ilustram essas trocas:
"Sobre o uso do celular, pesquisando sobre o assunto, o algoritmo principalmente dos vídeos curtos funciona de uma maneira bastante estratégica, eles verificam qual o tipo de tendência e conteúdos gostamos de assistir e assim vão montando nossa persona, no meio disso aparece algo que queremos e também algo que não gostamos. Assim continuamos ‘scrollando’ porque sabemos que alguma hora irá aparecer algo bom, isso lembra dopamina, o que vai nos deixando cada vez mais sedentos. Isso é muito nocivo por conta do nosso sono, algumas vezes vamos ver série e não conseguimos parar, viramos a noite, na TV também"
(Menina, 17 anos, Buriticupu/MA)
"Sou mãe de adolescente e crianças de 5 e 7 anos. Essa discussão (...) não é só sobre o tempo de celular, mas sobre escola, cultura, esportes, segurança e carga horária de trabalho"
(Mãe, Belo Horizonte/MG)
"Crianças e adolescentes precisam ter suas opiniões levadas em consideração sobre o assunto de telas e ambientes digitais. Afinal, como discutir sobre eles se eles não opinam? É necessário garantir espaços em suas rotinas para que eles possam se expressar de forma lúdica. Nada sobre nós, sem nós”
(Menina, 14 anos, São Paulo/SP)
O “Guia para Uso Consciente de Telas e Dispositivos Digitais por Crianças e Adolescentes” é um pronunciamento oficial do governo brasileiro sobre o tema e será baseado em evidências científicas e nas melhores práticas internacionais.
Ele visa colaborar na conscientização da população, com orientações práticas sobre as oportunidades e os perigos do uso de telas digitais, considerando as múltiplas infâncias e adolescências brasileiras.
Para sua elaboração, foi realizada uma consulta pública e instituído um grupo de trabalho com integrantes de sete ministérios, do sistema de justiça e da sociedade civil organizada. O lançamento oficial será em outubro, em celebração ao mês da criança.