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SEGURANÇA ENERGÉTICA
Complexos fotovoltaicos em Ilha Solteira (SP) e Mauriti (CE) recebem financiamento de R$ 1,14 bi do BNDES
BNDES atingiu a marca de R$ 11,8 bilhões em financiamentos a usinas fotovoltaicas - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Mais dois projetos de geração elétrica a partir da fonte solar, a serem executados nos estados de São Paulo e Ceará, estão com financiamentos aprovados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os complexos dos grupos EDP — no município paulista de Ilha Solteira — e Powerchina – que terá três centrais em Mauriti (CE) — somam um volume de investimentos de R$ 1,14 bilhão e devem adicionar cerca de 402 megawatt (MW) de potência instalada ao sistema elétrico nacional, energia suficiente para abastecer cerca de 524 mil domicílios.
Com a adição desses dois projetos, aprovados na sexta-feira, 30 de agosto, o BNDES atingiu a marca de R$ 11,8 bilhões em financiamentos a usinas fotovoltaicas, desde a primeira operação, em 2017. Foram 23 projetos, com quase 4,5 mil MW de potência instalada e a garantia física para atender a mais de 5 milhões de residências.
Somente no período de janeiro de 2023 a agosto de 2024, foram aprovados R$ 4,1 bilhões para nove projetos, que somam cerca de 1,5 mil MW de potência instalada e capacidade para abastecer 1,6 milhão de lares.
“Os investimentos reafirmam o papel do BNDES como maior financiador de energia renovável do mundo”, destacou o presidente da instituição, Aloizio Mercadante. A liderança do Banco é marcada pela BloombergNEF (BNEF), serviço de pesquisa da Bloomberg para o setor de energia renovável. “Hoje, o Brasil já é líder em energia limpa no G20, com 89% da nossa matriz elétrica limpa e com 49% da nossa matriz energética limpa”, acrescentou.
SÃO PAULO — Em Ilha Solteira, no Noroeste paulista, os R$ 805 milhões de crédito são destinados a seis sociedades de propósito específico (SPEs) do grupo EDP, todas voltadas para a implantação do complexo fotovoltaico Novo Oriente, com potência instalada de 254,6 MW, e de um sistema de transmissão de uso restrito, compartilhado pelas centrais geradoras que formam o complexo. O empreendimento produzirá energia suficiente para abastecer cerca de 331 mil domicílios.
Composto de quatro usinas de 40,6 MW e duas de 46 MW, o complexo se conectará ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de uma subestação coletora e uma linha de transmissão de 4,35 km. O projeto, que contribuirá ainda para a manutenção da cadeia de fornecedores estabelecida no país para geração de energia elétrica a partir da fonte solar, tem como principal impacto ambiental positivo o aumento do volume evitado de emissões de gases de efeito estufa, por se tratar de uma fonte de energia renovável.
A usina fotovoltaica Novo Oriente Solar foi anunciada pela EDP há dois anos, como parte da estratégia da empresa em liderar a transição energética, ampliando sua participação no segmento de geração solar. “Novo Oriente é um dos projetos que reforçam o nosso investimento na expansão da energia solar no Brasil e, assim, consolidamos e ampliamos não só o nosso portfólio em energia renovável, mas contribuímos também para que cada vez mais empresas descarbonizarem seus negócios e tenham operações mais sustentáveis”, afirmou João Marques da Cruz, CEO da EDP na América do Sul.
CEARÁ – Já a operação em território cearense destina financiamento de R$ 339 milhões a três empresas – Sunco Energy Brasil Mauriti 3, 4 e 10 (controladas pelo grupo Powerchina) — para implantação de três centrais geradoras fotovoltaicas em Mauriti, no Sul do Ceará. Com capacidade instalada de 147,33 MW, estima-se que o projeto solar tenha potência suficiente para abastecer mais de 193 mil domicílios.
O crédito do BNDES corresponde a aproximadamente 47% do total a ser investido no empreendimento, que ainda contempla a implantação de um sistema de transmissão formado por uma subestação coletora e uma linha de transmissão com 15 km de extensão. As instalações do projeto integram o Complexo, que terá 343,77 MW de potência instalada total.
O Complexo Mauriti abrange outras seis usinas, não apoiadas pela operação, mas que também compartilharão do mesmo sistema de transmissão, possibilitando a conexão do complexo ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
GERAÇÃO DE EMPREGOS — Durante a fase de implantação do projeto em Ilha Solteira (SP), está prevista a criação de 2.320 postos de trabalho. Outros 70 empregos diretos deverão ser gerados após a entrada em operação das usinas. Já na implantação do projeto em Mauriti (CE), a estimativa é que sejam criados diretamente 501 postos de trabalho e indiretamente outros 474.
O projeto também ajuda a manter a cadeia de fornecedores de equipamentos para geração fotovoltaica já estabelecida no país, pois parte dos equipamentos é de fabricação nacional. Aí estão incluídos os rastreadores solares (trackers), equipamentos responsáveis por mudar a posição dos painéis fotovoltaicos ao longo do dia para seguir o caminho do sol, que estão credenciados no Finame.