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PARIS 2024
Seleção feminina de vôlei segue 100%. Na praia, Evandro e Arthur avançam. Calderano fica em quarto e faz história. Confira o resumo olímpico
O Brasil derrotou a Polônia pela última partida da fase de grupos - Foto: Alexandre Loureiro/COB
O vôlei foi protagonista de dois dos melhores momentos do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris neste domingo (4). Na quadra, em uma partida com o set mais longo da chave feminina do torneio, as brasileiras venceram a Polônia e vão para as quartas de final com aproveitamento máximo. A seleção superou as polonesas por 3 sets a 0 (parciais de 25/21, 38/36, 25/14), na Arena Paris Sul, e vai encarar a República Dominicana na próxima fase.
O Brasil se impôs desde o primeiro momento da partida, mas tomou sustos, sobretudo no segundo set, quando teve cinco set points para fechar e deixou as polonesas empatarem. Mas o time conseguiu controlar os nervos e encerrou a parcial em 38 a 36 para marcar o set mais longo da competição até aqui.
As duas equipes já tinham vagas garantidas nas quartas de final dos Jogos de Paris, mas estava em jogo a primeira colocação do grupo B. Além disso, assim como aconteceu contra o Japão, as brasileiras estavam engasgadas com as polonesas, uma vez que perderam a decisão da medalha de bronze para as adversárias na Liga das Nações deste ano.
"Não se leva nada (da primeira fase). Agora zerou. Eu tenho duas experiências olímpicas. Uma que a gente perdeu nas quartas de final e uma que a gente passou ali contra a Rússia, um jogo dificílimo. É isso que eu tenho na minha memória. Independente do que aconteceu agora na fase de classificação, pezinho no chão, começou tudo do zero, foca agora na República Dominicana. A gente tem apenas um dia para se preparar", disse Gabi, capitã da seleção.
VÔLEI DE PRAIA – Na areia, Evandro e Arthur não deram chance para os holandeses Van de Velde e Immers, neste domingo, e se garantiram nas quartas de final com uma vitória por 2 a 0 (21/16 e 21/16). Agora, a dupla brasileira enfrentará os suecos Ahman e Hellvig, ainda em data a ser definida, buscando uma vaga na semifinal da competição.
As outras duas duplas brasileiras que entraram em quadra neste domingo acabaram eliminadas dos Jogos de Paris 2024. Invictas na primeira fase, Bárbara e Carol perderam para as australianas Mariafe e Clancy, prata em Tóquio 2020, por 22 a 20, e 21 a 13. Já George e André, atualmente em segundo lugar no ranking mundial, foram derrotados pelos alemães Ehlers e Wickler por 21 a 16 e 21 a 17.
TÊNIS DE MESA – Diante de uma arena lotada de franceses, Hugo Calderano foi superado pelo mesatenista da casa Felix Lebrun por 4 sets a 0 (6/11, 10/12, 7/11, 6/11) e se despediu da competição individual nos Jogos Olímpicos Paris 2024 com o quarto lugar. Hugo fez história ao conquistar a melhor colocação do Brasil na modalidade na história olímpica.
"Foi bem difícil me recuperar da derrota na semifinal. Não tive muito tempo. Tentei o meu melhor, mas é claro que fiquei muito decepcionado de não ganhar aquela semifinal. Tentei pensar em como abordar essa disputa do bronze. Fiz todo o possível e tudo que eu pude, mas infelizmente não consegui propor o meu melhor nesta partida", disse o brasileiro.
CAIAQUE CROSS – O Brasil foi representado por Ana Sátila e Pedro "Pepê" Gonçalves, neste domingo, nas eliminatórias da prova de caiaque cross, da canoagem slalom. A brasileira conseguiu uma descida limpa e terminou a sétima bateria do dia na segunda colocação, atrás apenas da francesa Angele Hug. Ana volta às águas do canal nesta segunda-feira, 5, para a disputa das quartas de final.
“No final foi tranquilo, mas até cruzar a linha de chegada é tenso. O cross é uma prova que tudo pode acontecer até o final. Eu tentei ficar muito focada, muito concentrada na minha remada. Eu coloquei na minha cabeça que não seria fácil, já que a largada aqui é bastante difícil se você não tem uma posição boa. Eu consegui isso no time trial, mas como fui para repescagem e voltei em 23º, sabia que ia ser difícil. Tentei baixar a cabeça e remar muito. E deu certo, acho que foi bacana hoje”, analisou Ana.
Nas quartas de final, Ana Sátila estará na quarta bateria, a última dessa fase, com Mallory Franklin (GBR), Angele Hug (FRA) e Viktoriia Us (UKR). As semifinais e a final serão disputadas no mesmo dia.
No masculino, Pepê terminou a terceira bateria da eliminatória do caiaque cross na segunda colocação, mas acabou sendo penalizado por ter perdido a porta 2. Com a punição, o brasileiro caiu para a quarta colocação, fora das quartas de final desta segunda-feira.
QUADRO DE MEDALHAS – Sem novas medalhas neste domingo, o Brasil continua com dez no total em Paris, agora na 24ª posição no quadro geral de medalhas: uma de ouro, com a judoca Bia Souza, quatro de prata e cinco de bronze. As pratas foram com Willian Lima, no judô, Caio Bonfim, na marcha atlética, e duas vezes com Rebeca Andrade, no individual geral e no salto da ginástica artística. Os bronzes vieram com Beatriz Ferreira, no boxe, Larissa Pimenta e a equipe brasileira, no judô, com a equipe feminina da ginástica artística e com Rayssa Leal, no skate street. Em comum a todas as medalhas, a digital do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal. A liderança do quadro é dos Estados Unidos, com 71 medalhas, 19 delas de ouro.
TIRO COM ARCO – O brasileiro Marcus D’Almeida tinha uma árdua missão pela frente no tiro com arco: a de derrotar o sul-coreano Woojin Kim, atual recordista olímpico e já detentor de duas medalhas de ouro nos Jogos de Paris 2024, pelas equipes mista e masculina. Num dia em que seu rival estava inspiradíssimo, na Esplanade des Invalides, Marcus perdeu por 7 a 1 e não passou das oitavas-de-final da competição.
ATLETISMO – O Brasil teve sete atletas em ação no Stade de France neste domingo para as disputas do atletismo. Terceiro na bateria e com o 10º tempo geral, 13s37, Eduardo de Deus avançou às semifinais dos 110m com barreiras, que serão disputadas na próxima quarta-feira.
Eduardo poderá ter a companhia do compatriota Rafael Pereira. Na terceira bateria, Rafael cravou 13s47, melhor marca dele na temporada. Voltará à pista nesta segunda-feira em busca da vaga na semifinal.
Além de Rafael, Lorraine Martins e Ana Carolina Azevedo, nos 200m feminino, e Chayenne da Silva, nos 400m com barreiras, terão uma segunda chance. Lorraine e Ana ficaram em oitavo em suas baterias, com 23s68 e 23s37, respectivamente. A primeira ainda avaliará se correrá novamente, uma vez que disputou os Jogos no sacrifício.
No salto em altura, Valdileia Martins não conseguiu disputar a final deste domingo. Na sexta-feira (2), ela saltou 1,92m, igualou o recorde brasileiro (e sua marca pessoal) e se classificou para a decisão. Na prova, porém, a atleta sofreu uma entorse no tornozelo esquerdo quando tentava a marca de 1,95m. Hoje, ao iniciar a corrida para o primeiro salto, Valdileia sentiu o tornozelo e parou o movimento, sem condições físicas para seguir em frente.
CICLISMO DE ESTRADA – Após ficar fora da disputa feminina de ciclismo de estrada dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, o Brasil conseguiu completar a dura prova de resistência em Paris 2024. A carioca Ana Vitória Magalhães, a Tota, de 23 anos,superou os 158 km de prova e chegou na 74ª colocação entre as 93 atletas de 57 países que participaram da disputa. Com apenas dois anos no ciclismo profissional, Tota não gostou da estreia olímpica, mas afirmou que aprendeu o bastante para trabalhar por uma medalha em Los Angeles 2028.
ONIPRESENÇA - O DNA do Bolsa Atleta é "onipresente" na delegação brasileira que está em Paris para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2024. Levando em conta o edital mais recente, de 2024, 241 dos 276 atletas na capital francesa fazem parte do programa, um percentual de 87,3%. Se a análise leva em conta o histórico dos atletas, contudo, 271 dos 276 já foram integrantes do programa do Governo Federal em alguma fase da carreira (98%). Em 27 das 39 modalidades em que o país está representado na França, 100% dos atletas integram atualmente o programa de patrocínio direto do Ministério do Esporte. Mais: em seis modalidades, todos estão na categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, voltada para esportistas com chances reais de medalha em megaeventos, que se posicionam entre os 20 melhores do ranking mundial de suas modalidades. A Bolsa Pódio garante repasses mensais que variam de R$ 5.500 a R$ 16.600, com o reajuste anunciado em julho de 2024 pelo presidente Lula.