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PARIS 2024
Seleção feminina goleia campeãs mundiais e volta à final após 16 anos. Vôlei chega à semi. Confira o resumo.
Equipe brasileira celebra a goleada e a classificação para a final olímpica. Foto: Gaspar Nóbrega / COB
FUTEBOL FEMININO - Marta tinha 22 anos quando a seleção feminina de futebol disputou uma final olímpica pela última vez, em 2008, em Pequim. Única remanescente daquela geração, a camisa 10 terá a chance de disputar o ouro que falta à coleção de títulos graças a uma atuação de gala de companheiras que eram meninas assistindo pela televisão à conquista daquela prata em Pequim 2008. Fora por suspensão, a Rainha viu das arquibancadas do estádio em Marselha o coletivo honrar a amarelinha para vencer a poderosa campeã mundial Espanha.
Estamos olhando no olho uma da outra e jogando até o final. Estamos jogando por todo mundo. Pela nossa família, pelo nosso sonho. Está sendo histórico e vai ser muito mais"
Gabi Portilho, atacante da seleção
Os 4 x 2 no placar das semifinais dos Jogos Olímpicos foram construídos com um gol contra de Irene Paredes e outros de Gabi Portilho, Adriana e Kerolin – Duda Sampaio, contra, e Paralluelo descontaram. As brasileiras vingaram a derrota na fase de grupos em jogo completamente diferente, com defesa sólida e múltiplas oportunidades de ataque criadas pela equipe treinada pelo técnico Arthur Elias.
Na terceira decisão olímpica do futebol feminino brasileiro, o adversário será, pela terceira vez, os Estados Unidos. Dezesseis anos após o último encontro nesta fase do evento, as duas equipes se enfrentam às 12h (de Brasília) de sábado (10 de agosto, em Paris). As americanas garantiram a classificação ao derrotarem a Alemanha por 1 x 0.
"Vai ser igual a todos os jogos. Muito difícil. Está sendo muito difícil, mas a gente cresceu muito. A gente ganhou corpo e sabemos da nossa força. Estamos olhando no olho uma da outra e jogando até o final. Estamos jogando por todo mundo. Pela nossa família, pelo nosso sonho. Está sendo histórico e vai ser muito mais", disse a atacante Gabi Portilho, já projetando a final.
Pelas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou as atletas brasileiras pela vitória, que já garante ao menos a medalha de prata. "Vencemos as atuais campeãs do mundo e estamos na final. Parabéns para as nossas jogadoras. O Brasil todo na torcida", escreveu o presidente.
Vencemos as atuais campeãs do mundo e estamos na final do futebol feminino. Parabéns para as nossas jogadoras. O Brasil todo na torcida. 🇧🇷
— Lula (@LulaOficial) August 6, 2024
QUADRO DE MEDALHAS - Ao fim da jornada olímpica desta terça-feira, o Brasil segue com 13 medalhas conquistadas nos Jogos de Paris. São dois ouros, cinco pratas e seis bronzes, em seis modalidades diferentes: ginástica artística, atletismo, boxe, judô, skate street e surfe. Em comum a todas as conquistas brasileiras, a digital do Bolsa Atleta, o programa de patrocínio direto do Governo Federal brasileiro. A liderança do quadro de medalhas segue com os Estados Unidos, com 86 medalhas conquistadas e 24 ouros. Na sequência aparece a China, com 22 ouros e 59 medalhas, seguida pela Austrália, com 14 ouros e 35 medalhas.
VÔLEI FEMININO - A seleção feminina de vôlei está na semifinal dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nesta terça-feira, 6 de agosto, o Brasil venceu a República Dominicana por 3 sets a 0 (25/22, 25/13, 25/17) pelas quartas de final, e terá pela frente os Estados Unidos, que eliminaram a Polônia também por 3 x 0. "A gente sabia da qualidade da República Dominicana, principalmente no ataque e como elas gostam de jogar. Se elas sentirem que podem fazer a diferença, crescem cada vez mais. Acho que a mentalidade, né? Alguns momentos a gente deixou elas abrirem um pouquinho, mas a gente se comunicou bem, mentalmente a gente teve um pouco mais de lucidez e tivemos tranquilidade para fazer o nosso jogo", disse a ponteira Gabi.
CANOAGEM - A dupla formada por Isaquias Queiroz e Jacky Godman estreou bem nos Jogos Olímpicos. Os dois se garantiram na semifinal da categoria C2 500 da canoagem velocidade, após as disputas das primeiras provas, em Vaire-sur-Marne, município a cerca de 30 km da capital francesa. No primeiro compromisso, pela manhã, os dois não conseguiram o objetivo principal, que era terminar a primeira eliminatória entre os dois primeiros. A terceira posição, atrás de russos e italianos, veio nos metros finais e obrigou os brasileiros a disputarem as quartas de final, à tarde.
Mas aí Isaquias e Jacky brilharam na água. Sem dar chances aos adversários, percorreram os 500 metros em ritmo intenso e confirmaram a qualificação. “Disputar uma eliminatória a mais é bom pra entender como está o barco, falar 'vamos corrigir isso', 'dá pra ser mais rápido ou mais lento'. Lógico, a gente quer passar direto para a semifinal, para a final. Mas quando não acontece, é bom pra pegar um pouco mais de ritmo", analisou Isaquias.
Os dois voltam a competir na quinta-feira (8), às 6h20 (de Brasília). Em caso de classificação, a final será no mesmo dia, às 8h30. Isaquias luta para se tornar o maior medalhista da história do Brasil. Ele já tem quatro (um ouro, duas de prata e uma de bronze) e pode chegar a seis, já que também disputará a categoria C1 1000. Em Paris, a ginasta Rebeca Andrade chegou a seis medalhas e se tornou a maior da história no quesito, ultrapassando os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, que têm cinco cada.
Saio satisfeita porque arrisquei, tive que mandar tudo ali. Fiz o máximo. Só queria sair sabendo que dei o máximo e dei. Quarto lugar é um resultado incrível, é para mostrar que o park feminino no Brasil tem potencial, tem chance de medalha”
Dora Varella, quarta colocada nos Jogos Olímpicos
SKATE PARK - Foi por pouco que o Brasil não conseguiu a primeira medalha olímpica no skate park feminino. Dora Varella melhorou sua colocação em Paris 2024 e com um 89.14 na última volta, conquistou a quarta colocação. A brasileira de 23 anos, a mais velha disputando a final desta terça, no espaço urbano da Praça de La Concorde, saiu bastante feliz com seu desempenho, principalmente porque teve que arriscar manobras inéditas e complexas para competir de igual para igual com as mais novas.
“Me arriscar e me divertir. Foi só o que fiz, na verdade. Me diverti muito, estava muito legal de acompanhar as meninas se puxando a cada volta. Saio satisfeita porque arrisquei, tive que mandar tudo ali. Fiz o máximo. Só queria sair sabendo que dei o máximo e dei. Quarto lugar é um resultado incrível, é pAra mostrar que o park feminino no Brasil tem potencial, tem chance de medalha”, analisou Dora.
O pódio em Paris teve Arisa Trew, da Austrália, com o ouro; Cocona Hiraki, do Japão, com a prata; e Sky Brown, da Grã-Bretanha, com o bronze. As outras duas brasileiras na competição ficaram na fase de classificação. Isadora Pacheco terminou na nona colocação e Raicca Ventura, na 12ª.
ATLETISMO - O brasileiro Luiz Maurício mostrou as credenciais logo na primeira participação olímpica ao atingir – no Stade de France – 85m91 no lançamento do dardo e se classificar para a final da prova. Pedro Rodrigues, com 79m46, não avançou para a final, que será nesta quinta-feira (8). A marca de Luiz Maurício é o novo recorde sul-americano e o brasileiro avançou à final com a sexta colocação geral. Mesmo ainda incrédulo com o desempenho, o mineiro de Juiz de Fora deixou o estádio com a confiança de que ainda pode ir mais longe. “Foi uma prova fantástica, comecei tendo alguns erros, mas já no segundo lançamento eu vi que foi bom. No terceiro consegui a vaga, a qualificação, isso não tem explicação. Competi com os melhores, que assistia na televisão, e agora estou na final com eles”.
Nos 110m com barreiras, Rafael Pereira conseguiu chegar em primeiro na sua bateria na repescagem e garantiu vaga na semifinal, que acontece na quarta-feira, 7. Com 13s54, o brasileiro venceu a prova por centímetros, em decisão revelada no photochart. "Estava muito concentrado e vim buscar a classificação. Tive uma falha grande na nona barreira. Ia ganhar fácil a prova, mas perdi tempo. Mesmo assim consegui sair daqui com o objetivo que vim buscar", disse Rafael.
Pela repescagem dos 400m, Tiffany Marinho completou a prova em 52s32 e não conseguiu avançar para as semifinais, se despedindo dos Jogos. “Claro que gente não consegue dizer que está satisfeita, porque atleta sempre quer algo a mais, mas estou contente com a participação”. Complementando a programação da manhã, Eliane Martins (23ª) e Lissandra Campos (31ª) não avançaram à final do salto em distância.
VÔLEI DE PRAIA - A missão não era nada fácil. Do outro lado da rede estava a dupla nº 1 do ranking mundial, os suecos David Ahman e Jonatan Hellvig. Na arena montada aos pés da Torre Eiffel, Evandro e Arthur Lanci lutaram, mas não resistiram a um jogo quase perfeito dos adversários e foram derrotados por 2 sets a 0 e foram eliminados nas quartas de final dos Jogos Olímpicos. Evandro não atribuiu a derrota ao fato de enfrentar uma dupla mais bem ranqueada, pois crê que o equilíbrio no vôlei de praia hoje é muito alto. “Hoje não tem dupla mais favorita ou menos favorita. Para você ter noção, eles são a dupla número um do mundo, mas passaram em terceiro na chave aqui, e quase vão para a repescagem. Então, não tem favorito, estamos falando de Olimpíada. Para se ter uma ideia do equilíbrio, dos 24 times que estiveram aqui, 23 já ganharam etapa do Circuito Mundial”. Segundo Evandro, faltou encaixar um pouco mais o jogo de sua dupla. “A análise que faço foi que o meu sistema de passe e levantamento não foi tão bom, como vinha sendo nos outros jogos, por isso perdemos. Não conseguimos nivelar o jogo”.
VELA - Henrique Haddad e Isabel Swan avançaram para a regata da medalha da classe 470. Das quatro regatas previstas para o encerramento da fase de abertura, duas foram canceladas em função de condições climáticas. Os brasileiros venceram a oitava e última antes da disputa de medalhas. Eles somam 64 pontos no geral, na décima posição. João Siemsen e Marina Ardnt disputaram as regatas 10, 11 e 12 da classe Nacra 17. Os brasileiros avançaram à regata da medalha - que tem pontuação dobrada - com a décima posição geral, com 109 pontos após o descarte. Apesar de ambas as duplas estarem classificadas, os brasileiros, pela pontuação, não têm chance de brigar por pódio olímpico.
BASQUETE - A seleção masculina de basquete deixou tudo em quadra, mas não foi o suficiente para vencer o fortíssimo time dos Estados Unidos, repleto de astros da NBA. A derrota por 122 x 87, na Arena Bercy, em Paris, eliminou a equipe nas quartas de final da competição. O cestinha da partida foi Bruno Caboclo, com 30 pontos. Pelo lado americano, o destaque foi Devin Booker, com 18.
HANDEBOL - O Brasil lutou, mas acabou derrotado no handebol feminino. Depois de igualar a melhor campanha do país na modalidade em Jogos Olímpicos, a seleção perdeu por 32 x 15 para a Noruega e não avançou à semifinal. Essa foi a quinta vez que o Brasil caiu na fase de quartas de final em Olimpíadas, assim como em Sydney 2000, Atenas 2004, Londres 2012 e Rio 2016. Na semifinal, a Noruega enfrenta a Dinamarca. Na outra chave, a Suécia encara a França.
ONIPRESENÇA - O DNA do Bolsa Atleta é "onipresente" na delegação brasileira que está em Paris para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2024. Levando em conta o edital mais recente, de 2024, 241 dos 276 atletas na capital francesa fazem parte do programa, um percentual de 87,3%. Se a análise leva em conta o histórico dos atletas, contudo, 271 dos 276 já foram integrantes do programa do Governo Federal em alguma fase da carreira (98%). Em 27 das 39 modalidades em que o país está representado na França, 100% dos atletas integram atualmente o programa de patrocínio direto do Ministério do Esporte. Mais: em seis modalidades, todos estão na categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, voltada para esportistas com chances reais de medalha em megaeventos, que se posicionam entre os 20 melhores do ranking mundial de suas modalidades. A Bolsa Pódio garante repasses mensais que variam de R$ 5.500 a R$ 16.600, com o reajuste anunciado em julho de 2024 pelo presidente Lula.