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PARIS 2024
"Japinha" reitera força do skate e leva o bronze. Duda e Ana Patrícia estão na semi do vôlei de praia e Alisson na final dos 400m com barreiras
Para a maioria, os momentos que antecedem uma final olímpica são cheios de tensão, concentração e nervosismo. Para Augusto Akio, é o cenário ideal para uma sessão de malabares na frente de uma arena urbana La Concorde lotada de torcedores. Foi assim que o skatista brasileiro relaxou nesta quarta-feira, 8 de agosto, antes de mostrar destreza na pista e conquistar a medalha de bronze do skate park dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Quando fiz minha última volta, sabia que tinha feito um bom trabalho. Sabia que havia me superado na execução da volta completa com as manobras que planejei"
Augusto Akio, bronze no skate park, integrante do Bolsa Atleta
Natural de Curitiba e conhecido como Japinha, Akio competiu solto mesmo no centro das atenções do mundo olímpico desta quarta. A disputa da prova reuniu celebridades internacionais como o rapper Snoop Dog, o surfista Gabriel Medina, recém-chegado do Taiti, onde conquistou o bronze olímpico, e até de John Textor, dono da SAF do Botafogo e ex-skatista profissional.
Após cair no início da primeira volta e fazer uma nota razoável na segunda, Akio voou cheio de estilo na terceira para chegar ao bronze com 91.85. O bicampeonato olímpico ficou com o australiano Keegan Palmer, com 93.11, e a prata foi para o americano Tom Schaar, com 92.23. A final contou com outros dois brasileiros: Pedro Barros, prata em Tóquoi, quase chegou ao pódio olímpico mais uma vez e terminou em quarto com 91.65. Luigi Cini ficou em sétimo com 76.89.
“Realmente essa conquista me traz fortes emoções e sentimentos. Essa competição de hoje representava o encerramento do skate nos Jogos Olímpicos e quando eu já tinha feito a minha última volta, sabia que tinha feito um bom trabalho. Sabia que havia me superado na execução da volta completa com as manobras que planejei", disse o atleta de 23 anos, que lamentou não ter a companhia de seu ídolo na premiação.
“Eu gostei muito de estar no pódio, mas gostaria que o Pedro estivesse comigo. Eu cresci vendo o Pedro andando de skate. Eu assistia vídeos dele todos os dias. Ele tem uma mensagem bonita de união e respeito. Os valores que carrega, não só pelas conquistas e pela performance, mas pela mensagem, são coisas que me identifico e quero propagar”.
Assim como nas eliminatórias da manhã com 22 atletas, na final, oito skatistas executaram três voltas de 45 segundos cada, passando pela avaliação dos árbitros. A melhor entre as três notas foi considerada como pontuação final.
O skate brasileiro encerra a participação em Paris 2024 com duas medalhas. Na primeira semana dos Jogos Olímpicos, Rayssa Leal conquistou o bronze no street, mesma prova em que foi prata em Tóquio 2020.
Pelas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou o atleta brasileiro pela conquista da medalha de bronze. "E o skate traz mais uma conquista ao Brasil. Parabéns, Augusto Akio, o Japinha, pela medalha de bronze", escreveu o presidente.
BOLSA ATLETA - Dos 21 medalhistas brasileiros em sete modalidades, 100% são integrantes do Bolsa Atleta ou estiveram em editais ao longo de suas carreiras. Os únicos que não fazem parte do programa atualmente são Gabriel Medina, ídolo do surfe profissional, mas que já esteve em dois editais, e Larissa Pimenta, do judô, que teve o suporte federal durante dez anos de sua trajetória.
E o skate traz mais uma conquista ao Brasil. Parabéns Augusto Akio, o Japinha, pela medalha de bronze. 🥉🛹🇧🇷
— Lula (@LulaOficial) August 7, 2024
QUADRO DE MEDALHAS - Com a conquista do skate park, o Brasil chegou a 14 medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris. São dois ouros, cinco pratas e sete bronzes, na décima oitava colocação na classificação geral. O topo do quadro segue com os Estados Unidos, com 94 medalhas e 27 ouros. Na sequência, aparece a China, com 65 pódios e 25 ouros.
VÔLEI DE PRAIA - Duda e Ana Patrícia provaram nesta quarta que não estão no topo do ranking mundial por acaso. Diante da sexta dupla do mundo, as letãs Tina Graudina e Anastasija Samoilova, as brasileiras tiveram uma atuação de gala para seguir sem perder sets nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Após saírem perdendo por 6/0 no primeiro set, viraram para vencer por 21/16 e 21/10, e selaram a classificação para as semifinais, recolocando o Brasil na disputa por medalhas do vôlei de praia após oito anos. As adversárias na luta por uma vaga na final serão as australianas Mariafe Artacho e Taliqua Clancy, vice-campeãs olímpicas em Tóquio 2020.
400M COM BARREIRA - Foi com emoção, mas Alison dos Santos está na final dos 400m com barreiras dos Jogos Olímpicos Paris 2024. O medalhista olímpico em Tóquio 2020 ficou em terceiro na sua eliminatória e teve que esperar até a terceira e última semifinal para ter certeza da classificação. Mesmo com susto, Piu avançou com o quarto melhor tempo geral: 47s95. A decisão será na sexta-feira, 9, às 16h45 (de Brasília). "A gente não sabe explicar. Eu estava preparado, pronto, sei que eu estou aqui para brigar pela medalha, estou numa boa condição física. Agora é manter a cabeça no lugar, se concentrar, relaxar, saber que estamos na final e são oito brigando por três medalhas", disse Piu, acrescentando. "Sabia que poderia ter corrido melhor, mas é essa a vida do atletismo, você tem que estar preparado para todas as situações. Acho que vou com mais raiva, com um pouco mais de gosto ruim na garganta, no peito e sabendo que chegar lá não foi tranquilo, não foi o caminho perfeito. Mas nada muda, (na final) são oito atletas, três medalhas e um campeão."
CANOAGEM - Isaquias Queiroz deu mais um passo na busca do bicampeonato olímpico na canoagem velocidade em Paris 2024. Nesta quarta-feira, na raia da subsede de Vaires-sur-Marne, o brasileiro disputou as eliminatórias do C1 1000m, prova que conquistou o ouro em Tóquio 2020, e se classificou direto para as semifinais. O baiano disputou logo a segunda bateria da prova ao lado do forte concorrente tcheco Martin Fucksa, atual campeão e recordista mundial da distância. Os dois ditaram o ritmo da prova e no fim Fuksa chegou em primeiro (3min50s39), com Isaquias logo atrás (3min53s94). O brasileiro, no entanto, admitiu que poupou energia, uma vez que ao chegar entre os dois primeiros já teria a classificação garantida para as semis. “Não finalizei forte. Na verdade, forcei na saída para impor ritmo e fazer com que os outros adversários desistissem, já que avançavam somente dois. No meio da prova, nos 500m, estávamos eu e o Martin Fuksa juntos, mas depois disso dei uma aliviada. Tenho que descansar, ainda vou competir no barco de equipe. Na semi, e principalmente na final, não tem o que descansar. É outra prova”, enfatizou Isaquias.
VELA - Após mais um dia com cancelamentos de regatas devido às condições climáticas, Bruno Lobo conquistou a classificação para a fase final da Fórmula Kite. O brasileiro terminou a etapa classificatória no sétimo lugar geral. Nesta quarta, o atleta começou a disputa da oitava regata, mas a prova foi interrompida por falta de vento. Das 16 regatas previstas para a competição apenas sete foram realizadas. A próxima etapa será nesta quinta. Bruno disputará a semifinal A com Riccardo Pianosi, da Itália, Axel Mazella, da França, e Qibin Huang, da China. O barco melhor classificado de cada semifinal avança para a final, que também acontece nesta quinta, a partir de 10h40. Toni Vodisek, da Eslovênia, e Maximilian Maeder, de Singapura, já estão classificados para a final por terem terminado a etapa classificatória nas duas primeiras posições.
TÊNIS DE MESA - O Brasil encerrou a participação no tênis de mesa nos Jogos Olímpicos Paris 2024. A equipe masculina, formada por Hugo Calderano, Vitor Ishiy e Guilherme Teodoro, foi derrotada pela França, por 3 a 0, e deu adeus à competição. No primeiro jogo do dia, Vitor Ishiy e Guilherme Teodoro enfrentaram Simon Gauzy e Alexis Lebrun. Os brasileiros se mantiveram colados aos franceses durante toda a partida, mas não conseguiram passar na frente no placar nos três sets. A partida acabou 3 a 0 (11/8, 11/9 e 11/6) para os donos da casa. Na segunda partida, Hugo Calderano voltou a enfrentar Felix Lebrun, algoz na disputa do terceiro lugar individual. Novamente o francês levou a melhor, por 3 a 1 (11/6, 11/7, 11/13 e 11/6). No terceiro e último jogo, Vitor Ishiy chegou a vencer um set, mas não conseguiu segurar o ritmo de Alexis Lebrun, que contou com a força e o apoio dos torcedores para ganhar por 3 a 1 (11/6, 9/11, 11/5 e 11/7). Apesar da eliminação e da saída sem medalhas, o Brasil encerra a participação em Paris com resultados históricos. O principal deles veio com Hugo Calderano, na chave masculina. O quarto lugar registrou a melhor campanha de um atleta das Américas nos Jogos em todos os tempos.
MARCHA ATLÉTICA - A prova de revezamento misto da marcha atlética é uma novidade nos Jogos Olímpicos e começou a fazer parte do calendário do atletismo mundial recentemente. Caio Bonfim, medalhista de prata em Paris na prova individual, e Viviane Lyra tiveram altos e baixos durante o percurso – feito de forma intercalada duas vezes por cada um – e terminaram na 7ª posição. A medalha de ouro foi da dupla espanhola Alvaro Martin e Maria Perez, seguida de Daniel Pintado e Glenda Morejon, do Equador, e Rhydian Cowley e Jemima Montag, da Austrália. Todas essas três duplas tiveram ao menos um representante no pódio nas provas individuais. “A gente gosta do modelo porque fica bem dinâmico, o que vencer acaba obrigando o outro a manter o nível. É gratificante saber que estamos entre os melhoreS do mundo. Nós fizemos uma boa prova, mas temos que ver que o nível é muito alto, tanto entre os homens quanto entre as mulheres”, comentou Caio, que, ao lado de Viviane, foi medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos Santiago 2023.