Notícias
BOLSA ATLETA
Mudança de patamar da ginástica brasileira passa por investimentos do Governo Federal
Foto: Willian Meira/MEsp
A evolução da ginástica artística brasileira nos últimos anos é notável. São sete medalhas conquistadas nas últimas quatro edições de Jogos Olímpicos, desde o inédito ouro de Arthur Zanetti nas argolas, em Londres 2012. De lá para cá, foram conquistadas duas pratas e um bronze, no Rio 2016, um ouro e uma prata em Tóquio 2020 e agora a histórica medalha de bronze por equipes no feminino em Paris 2024.
Tudo isso passa diretamente pelos investimentos feitos pelo Governo Federal. O Bolsa Atleta, criado pelo governo Lula em 2004, é o maior programa de incentivo direto ao atleta do mundo. As cinco ginastas da equipe que conquistou o bronze fazem parte do programa: Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira.
Rebeca, Flávia, Jade e Júlia fazem parte da categoria Pódio, a mais alta do programa, com valores que variam entre R$ 5.543 e R$ 16.629 por mês. Lorrane é da categoria Internacional, com bolsa no valor de R$ 2.051 por mês. Os valores foram reajustados este ano pelo Governo depois de 14 anos de congelamento. O aumento foi de 10,86%.
Além do Bolsa Atleta, os investimentos federais na ginástica passam pela Lei das Loterias, Lei de Incentivo ao Esporte e convênios do Ministério do Esporte com a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Em 2010, um convênio do MEsp com a CBG investiu R$ 7,2 milhões na compra de equipamentos. Nos últimos 20 anos, R$ 95,5 milhões foram repassados para a entidade por meio da Lei das Loterias.
É um programa que ajuda muito os jovens no Brasil, um dos maiores programas esportivos do mundo. Eu hoje atuo como diretor esportivo, mas antes disso eu fui um atleta e também recebi suporte do Bolsa por muitos anos. A gente tem dezenas de atletas na ginástica hoje que recebem o suporte do Bolsa, e esse ponto faz com que eles possam permanecer na modalidade. É um programa que sem dúvidas vem contribuindo demais pro Esporte nacional”
Henrique Motta, diretor esportivo da CBG
O caminho pavimentado possibilitou que a ginástica brasileira alcançasse outro patamar. Para o diretor esportivo da CBG, Henrique Motta, o Bolsa Atleta é fundamental não apenas para os atletas de seleção, mas também para aqueles que estão começando. “É um programa que ajuda muito os jovens no Brasil, um dos maiores programas esportivos do mundo. Eu hoje atuo como diretor esportivo, mas antes disso eu fui um atleta e também recebi suporte do Bolsa por muitos anos. A gente tem dezenas de atletas na ginástica hoje que recebem o suporte do Bolsa, e esse ponto faz com que eles possam permanecer na modalidade. É um programa que sem dúvidas vem contribuindo demais pro Esporte nacional”, avalia.
Para as ginastas, o Bolsa Atleta é um suporte que ajuda a comprar materiais para treino, alimentação e até apoio para a família. “É importante para que a gente consiga comprar os novos materiais de treinamento, essenciais para que a gente consiga evoluir e continuar tendo conquistas também. E ajuda muitos atletas a ajudarem seus familiares, que é algo que preocupa muita gente também. E podermos cuidar da nossa saúde, da saúde dos nossos familiares, cuidar da nossa parte aqui dentro, da arena, sabe? É essencial, eu estou muito grata”, diz Rebeca Andrade, dona de três medalhas olímpicas: um ouro e uma prata em Tóquio 2020 e um bronze por equipes em Paris.
“Eu tenho 20 anos de seleção, já fui muitas vezes contemplada pelo Bolsa Atleta. É um projeto que eu considero essencial para o esporte, porque a gente entende a necessidade e a demanda de cada atleta, e nem sempre ele consegue isso tudo por outros meios”, conta Jade Barbosa, que conquistou sua primeira medalha olímpica em Paris.
Daiane dos Santos, uma das pioneiras da ginástica artística brasileira, já está aposentada das competições, mas faz questão de destacar a importância do Programa Bolsa Atleta para a evolução da modalidade no país. “O Bolsa Atleta é um programa muito importante para o Brasil, quando a gente fala de esporte. Hoje é o maior mantenedor dos atletas, a gente pode ter mais atletas competindo, treinando mais tranquilos, porque eles têm hoje uma renda que ajuda. Isso é muito importante. A gente perdia muitos, principalmente nessa fase da adolescência, que a grande maioria das famílias é de baixa renda, precisa ajudar em casa, precisa se manter, comprar equipamento, comprar alimento também. Então o Bolsa Atleta veio para isso, para dar essa estrutura de que a gente precisa, necessita e sempre vai necessitar.”