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PARIS 2024
Bia Ferreira garante pódio no boxe. Canoagem, BMX e triatlo fazem história. Confira o resumo do dia
Bia Ferreira já é oficialmente a maior medalhista da história do boxe brasileiro. Após vencer a holandesa Chelsey Heijnen e avançar às semifinais na categoria até 60Kg, a lutadora garantiu, no mínimo, o bronze em Paris 2024 (no boxe não há disputa pelo terceiro lugar). Com a prata conquistada em Tóquio 2020, ela já se torna a maior medalhista olímpica do Brasil no boxe, entre homens e mulheres. "Então, gosto de fazer história, coisas que ninguém nunca fez. E, agora, duas medalhas olímpicas, sou merecedora, e tenho orgulho. Espero daqui a 10 anos continuar a ter esse orgulho".
Então, gosto de fazer história, coisas que ninguém nunca fez. E, agora, duas medalhas olímpicas, sou merecedora, e tenho orgulho. Espero daqui a 10 anos continuar a ter esse orgulho"
Bia Ferreira, prata em Tóquio e com pódio garantido em Paris no boxe
Mesmo com a medalha garantida, Bia Ferreira quer mais. A brasileira vai enfrentar a irlandesa Kellie Harrington, que a venceu na decisão em Tóquio, na luta pela medalha de ouro. "Vim na busca pela mãe de todas, a dourada. E, ironia do destino, a gente se encontrou e agora vou brigar com unhas e dentes para conseguir essa vitória, já que não aceitei aquele resultado em Tóquio", declarou Bia, sobre a futura revanche.
ANA SÁTILA DE NOVO QUASE - O semblante frustrado era compreensível. Mais uma vez em Paris 2024, Ana Sátila se dividia entre um resultado histórico para o Brasil e a decepção por ver o pódio escapar. Nesta quarta, a canoísta terminou a disputa do C1 feminino em quinto lugar, cinco posições à frente do recorde anterior, dela mesma, de Tóquio 2020. “Não estou feliz. Estava me sentindo muito bem, muito preparada. Tinha uma equipe gigante do meu lado, lutando dia e noite para que eu estivesse aqui na minha melhor forma. Infelizmente não consegui a medalha. Ainda estou assimilando tudo o que aconteceu, mas estou orgulhosa por ter colocado tudo o que eu podia”. No primeiro dos três eventos em que estava inscrita, no dia 28, Ana chegou ainda mais perto, com um quarto lugar histórico no K1. A brasileira terá uma nova oportunidade na sexta-feira, 2, na disputa do caiaque extremo, modalidade mais radical do programa da canoagem nos Jogos Olímpicos. A final desta prova será no dia 5 de agosto.
TRIATLO INÉDITO – O brasileiro Miguel Hidalgo conquistou nesta quarta-feira o melhor resultado da história do país em Jogos Olímpicos no triatlo ao terminar a disputa na 10ª posição. Hidalgo não esteve entre os primeiros na natação, mas recuperou-se no ciclismo, onde chegou a brigar pelas primeiras colocações. Na corrida, voltou a brigar pela dianteira, chegou a estar em quinto e fechou a prova entre os dez melhores em Paris. Nas Olimpíadas, os atletas competem em provas de 1,5km de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida e as distâncias são as mesmas para a disputa masculina e feminina. O outro brasileiro na competição, Manoel Messias, fechou a prova em 45º lugar.
BRILHO DE BALA LOKA - Gustavo “Bala Loka” Oliveira já fez história ao chegar nos Jogos Olímpicos Paris 2024 e sai da competição entre os melhores do mundo em sua modalidade. Na final do Ciclismo BMX Freestyle, o brasileiro de 21 anos fez uma grande apresentação e terminou na sexta posição. Essa foi a estreia do Brasil em uma das mais recentes modalidades olímpicas. Bala Loka anotou 90.20 na primeira corrida. Ele foi o segundo a entrar na pista e acertou todas as manobras. Gustavo vem evoluindo nos resultados nos últimos anos. Oitavo no ranking, foi bronze nos Jogos Sul-americanos Assunção 2022, bronze no Jogos Pan-americanos Santiago 2023 e este ano, com um quarto lugar na etapa de Budapeste do pré-olímpico, se tornou o primeiro brasileiro a se classificar na modalidade em Jogos Olímpicos.
TÊNIS DE MESA - Diante de um ginásio lotado e contra um oponente francês, Hugo Calderano superou as adversidades para avançar às quartas de final do tênis de mesa nos Jogos Olímpicos. Nesta quarta-feira, o brasileiro venceu o francês Alexis Lebrun, nas oitavas, por 4 sets a 1 (3/11, 11/5, 11/6, 11/3, 11/8). Com o resultado, Calderano já igualou a melhor campanha de um brasileiro na modalidade em Jogos Olímpicos, uma vez que ele mesmo avançou às quartas em Tóquio 2020. O brasileiro agora se prepara para a disputa das quartas de final diante do sul-coreano Jang Woojin, a partir das 6h desta quinta. Vale lembrar que o chinês número 1 do mundo, Wang Chuqin, foi eliminado pelo sueco Truls Moregard (número 26 do mundo) e saiu do caminho do brasileiro numa eventual semifinal. "Eu já conheço bem o sul-coreano. A gente já se enfrentou muitas vezes, inclusive nas oitavas de final em Tóquio. Eu venci por 4 sets a 3, e depois em alguns torneios internacionais. Vai ser um jogo muito difícil, ele tem bons saques, é agressivo, tem um forehand muito potente também. É um jogador que cresce nesse tipo de competição, então vou estar preparado para mais uma briga muito forte", avaliou Hugo.
FUTEBOL FEMININO - O sonho da terceira medalha olímpica do futebol feminino brasileiro segue vivo. Mesmo derrotado pela Espanha por 2 x 0 nesta quarta-feira (31), em Bordeaux, o Brasil assegurou vaga nas quartas de final dos Jogos Olímpicos por ter sido um dos terceiros melhores colocados. As meninas vão encarar a França, primeira do Grupo A, neste sábado, 3 de agosto, a partir das 16h (de Brasília), em Nantes.
NATAÇÃO - A paulista Bia Dizotti, de 24 anos, concluiu nesta quarta um processo de superação que parecia inimaginável há menos de um ano. Com o sétimo lugar na final dos 1.500m livre, ela ficou novamente entre as melhores do mundo na prova mais longa da natação. Mas não foi só. Bia deu exemplo resiliência e de valores olímpicos. Em dezembro de 2023, ela precisou passar por uma cirurgia para a retirada de um tumor do ovário. E, apesar de uma preparação complicada pelos cuidados com a saúde, conseguiu se tornar apenas a sétima nadadora brasileira a chegar a uma final olímpica individual. "Eu não nadei sozinha. Nadei com minha família, meu técnico, minhas colegas de treino e o Brasil inteiro. Não é uma prova fácil, mas eu sabia o que tinha treinado", disse Bia. O ouro ficou com a norte-americana Katie Ledecky (15min30s02, novo recorde olímpico).
VÔLEI DE PRAIA - A dupla formada por Evandro e Arthur Lanci está classificada para as oitavas de final do v ôlei de praia. A vaga veio após a vitória por 2 a 0 (21/13 e 21/16) sobre os canadenses Schachter e Dearing. Antes do mata-mata, os brasileiros enfrentam a dupla Perusic/Schweiner, na sexta-feira, às 16h (de Brasília), para definir quem ficará com a primeira posição do grupo.
JUDÔ – O judô brasileiro passou perto de conquistar sua terceira medalha em Paris nesta quarta, com Rafael Macedo, na categoria meio-leve (até 90kg). Ele estreou com vitória sobre o holandês Noel vant End e, depois, superou o romeno Alex Cret para avançar às quartas-de-final, onde acabou derrotado pelo espanhol Tristani Mosakhilishvili. Na repescagem, venceu o sul-coreano Juyeop Han e chegou à luta que valia medalha de bronze. Entretanto o brasileiro, por acúmulo de punições, viu o francês Maxime-Gael Ngayap Hambou levar a melhor. Nesta quinta-feira (1/8), os brasileiros Leonardo Gonçalves (100kg) e Mayra Aguiar (78kg) entram em ação na capital francesa. Mayra foi medalhista de bronze nas edições de Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2021.
VÔLEI – A Seleção masculina fez um jogo duro contra a Polônia, mas não evitou a derrota por 3 sets a 2, com parciais de 22/25, 25/19, 19/25, 25/23 e 15/12. O resultado marcou a segunda derrota da equipe em Paris, já que o time havia perdido na estreia para a Itália por 3 x 1. Com isso, o Brasil precisa vencer o Egito na próxima sexta-feira (2/8) por 3 x 0 ou no máximo 3 x 1 para avançar à próxima fase como um dos dois melhores terceiros colocados.
GINÁSTICA ARTÍSTICA - Se as mulheres brasileiras estão brilhando na ginástica artística dos Jogos Olímpicos de Paris, cabe a Diogo Soares liderar a renovação do masculino em busca de uma volta ao pódio, o que não acontece desde a Rio 2016, com a prata de Diego Hypólito e o bronze de Arthur Nory no solo. Aos 22 anos, Diogo alcançou a 23ª posição no individual geral nesta quarta, na Arena Bercy. Com tão pouca idade e pela segunda vez, Diogo ficou entre os finalistas na disputa entre os ginastas mais completos do planeta.O japonês Shinnousuge Oka conquistou a medalha de ouro e os chineses Boheng Zhang e Ruoteng Xiao ficaram com prata e bronze, respectivamente.
BICAMPEÃS DA VELA SEM MEDALHA – Medalhistas de ouro na classe 49er FX da vela nos Jogos Rio 2016 e em Tóquio 2021, as brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze avançaram nesta quarta-feira à chamada medal race, regata que define o pódio com os dez melhores times classificados. Apesar disso, devido aos pontos acumulados nas regatas classificatórias até a medal race, que será disputada nesta quinta-feira, Martine e Kahena não têm mais chances de subirem ao pódio em Paris. Nas três regatas disputadas nesta quarta-feira a dupla brasileira terminou em quarto, nono e segundo e, na somatória dos pontos de todas as provas até aqui elas partem para a medal race com 102 pontos perdidos. Com isso, ainda que vençam a medal race as duas não terão uma pontuação suficiente para superar as rivais que disputarão a prova com menos pontos perdidos até aqui.
QUADRO DE MEDALHAS - A liderança do quadro de medalhas está com a China, com 9 ouros e um total de 19 pódios. Na sequência aparecem a França, com oito ouros e 26 medalhas, e o Japão, com oito ouros e 15 medalhas no total. O Brasil está na trigésima posição, com quatro medalhas: uma prata, com Willian Lima no judô, e três bronzes, com Larissa Pimenta, também nos tatames, Rayssa Leal, no skate street, e a equipe feminina de ginástica artística. Todas as conquistas com a digital do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Ministério do Esporte.
ONIPRESENÇA - O DNA do Bolsa Atleta é "onipresente" na delegação brasileira que está em Paris para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2024. Levando em conta o edital mais recente, de 2024, 241 dos 276 atletas na capital francesa fazem parte do programa, um percentual de 87,3%. Se a análise leva em conta o histórico dos atletas, contudo, 271 dos 276 já foram integrantes do programa do Governo Federal em alguma fase da carreira (98%). Em 27 das 39 modalidades em que o país está representado na França, 100% dos atletas integram atualmente o programa de patrocínio direto do Ministério do Esporte. Mais: em seis modalidades, todos estão na categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, voltada para esportistas com chances reais de medalha em megaeventos, que se posicionam entre os 20 melhores do ranking mundial de suas modalidades. A Bolsa Pódio garante repasses mensais que variam de R$ 5.500 a R$ 16.600, com o reajuste anunciado em julho de 2024 pelo presidente Lula.