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No aniversário de 50 anos da relação Brasil-China, Alckmin projeta futuro da parceria em fórum empresarial em Pequim
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, abriu nesta quarta-feira (5), em Pequim, o seminário empresarial "Brasil-China: os próximos 50 anos". O ano de 2024 marca o quinquagésimo aniversário das relações entre os dois países. No evento, representantes governamentais e empresários brasileiros e chineses foram enfáticos sobre a importância da parceria estratégica Brasil-China e descreveram oportunidades de negócios para os dois países desenvolverem nos próximos anos.
“Vamos trabalhar ainda mais para aprimorar a nossa parceria, mas quero dizer especialmente às empresárias e empresários brasileiros que estamos juntos, com o propósito da prosperidade, do combate à pobreza, da criação de emprego e do desenvolvimento”
GERALDO ALCKMIN
Vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Alckmin abriu o evento lembrando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vê a China como parceiro estratégico e preferencial do Brasil, enquanto Wang Shouwen, vice-ministro de Comércio da China, afirmou que seu país sempre coloca o Brasil como prioridade diplomática. Representantes dos dois países também veem amplo potencial em políticas de estado brasileiras, como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Novo PAC.
“Vamos trabalhar ainda mais para aprimorar a nossa parceria, mas quero dizer especialmente às empresárias e empresários brasileiros que estamos juntos, com o propósito da prosperidade, do combate à pobreza, da criação de emprego e do desenvolvimento”, afirmou Alckmin na abertura do fórum empresarial. “Tenho certeza que teremos, com o talento e o espírito público, e a capacidade de empreender dos empresários brasileiros e dos empresários chineses, ferramentas para podermos alcançar o bem comum”.
O vice-presidente também enfatizou a importância de que as exportações do Brasil para a China, ainda concentrada em commodities, sejam complementadas com produtos e serviços de maior valor agregado. Segundo ele, é importante que os dois países explorem as complementariedades econômicas no relacionamento bilateral.
Em sua fala no evento, a presidenta do China Council for International Investment Promotion, Ma Xiouhong, listou setores como os de economia digital, economia de baixo carbono, biotecnologia e desenvolvimento verde entre as áreas nas quais a parceria entre os dois países pode ser fortalecida. “Acredito que nossas estratégias de desenvolvimento têm vários pontos de sinergia, e que os dois governos possam aprimorá-las, estimulando nossa parceria”, declarou ela.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentou durante o evento as obras do Novo PAC. “Celebramos 50 anos de relações entre Brasil e China aproveitando a oportunidade para divulgar o Novo PAC. Vamos fortalecer essa parceria para que possamos ter um crescente investimento de empresas chinesas no Brasil, gerando emprego e renda”, disse.
Para o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, “a relação entre Brasil e China nos últimos 50 anos foi muito positiva. Mas, para o futuro, vai gerar ainda mais resultados. No âmbito das micro e pequenas empresa, temos um potencial muito grande para exportações dos nossos produtos. O mercado e a tecnologia chinesa serão grandes aliados neste desafio”.
“Viemos aqui mostrar o quanto o Brasil tem condições de receber investimentos e aumentar parcerias. Por isso, a importância de apresentarmos num evento relevante como este, as 5 Rotas de Integração Sul-americana. Com essas rotas, mostramos o quanto poderemos aproximar a nossa produção do mercado do Sudeste Asiático”, afirmou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, um dos grandes ativos brasileiros é a sustentabilidade. ”O Brasil cresce a passos largos na produção sustentável. Para isso, temos trabalhado o programa nacional de recuperação de pastagens degradadas, que visa incrementar mais 40 milhões de hectares de áreas com altíssimo potencial produtivo e sem derrubar uma árvore se quer. Isso pode permitir o Brasil dobrar a sua produção de alimentos e energia, preservando o meio ambiente. É uma grande oportunidade de segurança alimentar e energética para o mundo", afirmou.
Embora completem 50 anos em 2024, foi nas últimas duas décadas que a relação econômica Brasil-China realmente decolou. A corrente de comércio bilateral saltou de US$ 6,6 bilhões em 2003, primeiro ano do primeiro mandato do presidente Lula, para US$ 175 bilhões em 2023, primeiro ano do terceiro mandato de Lula. No ano passado, o superávit comercial do Brasil com a China, que desde 2009 é o principal destino das exportações brasileiras, foi de US$ 51,1 bilhões, mais que a metade do superávit de US$ 98 bilhões que o Brasil registrou em 2023.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E G20 - Um dos grandes focos do seminário foi o desenvolvimento sustentável, tanto nas falas de autoridades chinesas quanto de brasileiras. O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que a inclusão da pauta social em um seminário empresarial demonstra o verdadeiro motivo de esforços de qualquer estado que prime pelos interesses da população.
“O crescimento econômico aliado ao desenvolvimento social faz parte do DNA da força de trabalho do G20 que está criando a Aliança Global contra a Fome e à Pobreza”, disse Dias. O vice-ministro do Comércio da China, em sua declaração, afirmou que seu país “apoia firmemente o trabalho do Brasil, citando o G20, o apoio ao multilateralismo e à rede de comércio e serviços do Brics. “A nossa cooperação está cada vez mais promovendo desenvolvimento de alta qualidade”.
O FÓRUM EMPRESARIAL - O seminário empresarial "Brasil-China: os próximos 50 anos" reuniu mais de 400 empresários de ambos os países e foi realizado pela ApexBrasil, Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Vice-Presidência do Brasil, Conselho Chinês para Promoção de investimento Internacional (CCIIP) e Ministério do Comércio da China (Mofcom), com apoio do Conselho Empresarial Brasil-China, China-Brazil Business Council e Confederação Nacional da Indústria.